Valor do pescado continua a valorizar com a cavala a atingir subida recorde
A Secretaria Regional de Mar e Pescas divulgou, esta tarde, os dados comparativos da pesca descarregada na Região, que revelam uma tendência de valorização do preço na primeira venda em lota de algumas espécies, com o valor da cavala a ser o que mais sobe. No entanto, continua a existir uma descida global de 8%.
Sete das espécies de peixe mais consumido na Região confirmaram no mês de Maio a tendência de valorização do preço na primeira venda em lota. Esta tendência de crescimento começou em Janeiro de 2021, muito antes da subida do preço dos combustíveis e da invasão da Ucrânia pela Rússia, com o atum patudo a atingir uma valorização na ordem dos 22%, na comparação do período compreendido entre 1 de Janeiro e 31 de Maio de 2021 e igual espaço de tempo em 2022.
Um mês depois, dados recolhidos pela Direção de Serviços de Lotas e Entrepostos Frigoríficos da Secretaria Regional de Mar e Pescas confirmam a tendência de valorização do atum patudo, atum rabil, peixe-espada, cavala, chicharro, lapa e as denominadas espécies de peixe fino.
De entre as espécies com melhor rendimento para os pescadores, a cavala destaca-se de todas as outras, com um valor recorde de 156,33%, no período em análise, de 1 de Janeiro a 31 de Maio de 2021 e 1 de Janeiro a 31 de Maio de 2022.
De realçar que os pescadores da ruama, onde se inclui a cavala, são dos que têm reconhecidamente menor rendimento em toda a fileira de pesca da Região, com rendimentos que, na maioria dos casos, não atinge sequer o salário mínimo.
A seguir à cavala, está o peixe agulha com uma valorização de 85,19%. Segue-se o atum rabilho (mais 55,46%), a lapa (mais 39,04%), o peixe-espada (mais 29,85%), o chicharro (mais 14,52%) e o peixe fino (mais 11,00%).
Pese embora a valorização das espécies referidas, quando se inclui na equação todas as espécies descarregadas em lota, a valorização geral desce dos 23,20% para os 15,00%, o que revela uma descida superior a 8% no valor global do pescado.
Cavala com mais
saída
Recentemente o Secretário Regional de Mar e Pescas,
Teófilo Cunha, atendendo ao fraco rendimento dos pescadores da ruama e
múltiplas vezes sensibilizado para esse problema, procurou uma solução entre
pescadores, armadores e empresas que operam no mercado, visando uma valorização
do preço da ruama e a garantia de escoamento do produto, o que já está a
acontecer com a exportação do excedente do produto para fora da Região, depois
de garantido o abastecimento necessário ao consumo regional. Esta solução
poderá explicar a valorização de um produto que se está a tornar gourmet.