Coligação PSD/CDS abandona sessão da Assembleia Municipal de Santa Cruz
E acusa JPP de “comportamentos antidemocráticos”
Os vereadores e deputados municipais da Coligação PSD/CDS acabam de sair da Assembleia Municipal de Santa Cruz, quando ainda decorriam os trabalhos iniciais de análise das actas anteriores.
Conforme explica Brício Araújo, a decisão foi tomada depois da presidente da Assembleia Municipal, Juli Caré, ter atendido um pedido do presidente da Junta de Freguesia do Caniço, entretanto acompanhado pelo presidente da Câmara de Santa Cruz, do JPP, para que fosse colocada à votação a retirada de uma declaração de voto da Coligação PSD/CDS anteriormente admitida pela própria presidente na Assembleia Municipal de 29 de Abril.
Brício Araújo explica que ditou para a acta as razões da saída, acusando a presidente de ter “violado a lei e de ter violado uma decisão sua anterior que admitiu a declaração de voto”. Reforçou que “isto subverte os verdadeiros valores do Estado de Direito Democrático e que, assim, não podia continuar nesta Assembleia”.
“É inconcebível que procurem retirar as declarações de voto da Coligação PSD/CDS sobre matéria financeira e sobre propostas para a contratação de advogados que o JPP nem sequer apresentou na reunião de Câmara com a devida antecedência”, refere Brício Araújo que acrescenta “é uma vergonha".
"Fazem o que querem. Julgam que podem alterar as regras conforme lhes apetece. Nunca vi nada assim. Não querem que as nossas posições constem dos documentos que enviarão ao Tribunal de Contas. Falam de transparência e de rigor, mas têm comportamentos desta natureza que não dignificam a instituição. Porque temem as nossas posições?” Brício Araújo, PSD
Por sua vez Bruna Gouveia, primeira eleita pela Coligação PSD/CDS à Assembleia Municipal, decidiu, também, com os restantes deputados da Coligação PSD/CDS, sair desta sessão da Assembleia com os mesmos fundamentos.
A deputada municipal disse que “é absolutamente inaceitável que uma posição legítima da Coligação PSD/CDS tenha sido admitida numa Assembleia anterior e que agora a queiram retirar a pedido de um presidente de Junta JPP".
"Está na acta a decisão da presidente que admite a declaração de voto nos termos do artigo 45.º do Regimento", recorda Bruna Gouveia que lamenta ainda “que o JPP tenha chumbado uma proposta do PSD/CDS para gravação e transmissão 'on-line' das Assembleias Municipais por forma a que todos pudessem assistir a estes episódios, às habituais faltas de respeito por opiniões contrárias e sucessivos atentados do JPP à democracia”.
“Se se dizem tão transparentes, porque temem a verdadeira transparência? Porque querem evitar documentos com posições contrárias?”, termina a deputada municipal deixando esta reflexão.