Exposição reúne obras de 50 artistas ucranianos em prol de Europa unida
Obras de 50 artistas ucranianos contemporâneos foram reunidas na exposição "The Captured House", em Roma, na Itália, para levar o público a refletir sobre o conflito além dos horrores da guerra, em prol de uma Europa unida.
"A exposição é sobre a guerra mas, acima de tudo, é sobre a catástrofe humanitária que está a acontecer", disse a curadora, Katya Taylor, citada pela agência noticiosa Efe.
Cerca de 200 obras da exposição, inaugurada na sexta-feira, no 'hub' cultural romano WeGil, documentam, através de distintas linguagens artísticas como a pintura, a fotografia e a gravura, o conflito bélico que começou em 24 de fevereiro, com a invasão da Ucrânia pelas tropas russas.
"Quero transmitir aos visitantes como a vida das pessoas mudou. Não vão ser vistas armas ou agressão, mas a reação humana e a vida", acrescentou a comissária.
Foi justamente quando estalou a guerra que os artistas começaram a criar estas obras, "alguns como forma de terapia, e outros para exprimir o seu posicionamento perante esta agressão militar".
Taylor decidiu juntar as obras e expô-las em conjunto com a história pessoal dos artistas para as contextualizar.
A interpretação do conflito, a crítica ao Presidente russo, Vladímir Putin, o retrato dos refugiados e a opressão do povo ucraniano ao longo dos anos, são alguns dos temas específicos plasmados nas obras de artistas como Alevtina Kakhidze, Vlada Ralko, Evgeniy Maloletka e Masha Shubina, entre outros.
Os visitantes vão encontrar também uma tábua de engomar queimada, um radiador, uma porta e uma bicicleta calcinadas, elementos que conectam a exposição com a realidade da guerra.
Há ainda uma porta queimada, que simboliza "a esperança de sair do conflito com uma Europa segura, mas vendo que o mal está muito próximo", apontou a curadora.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro e nessa operação já morreram mais de quatro mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A operação militar causou a fuga de mais de oito milhões de pessoas, das quais mais de 6,6 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.