Propaganda
Na campanha das últimas eleições autárquicas não houve comício de António Costa (AC) em que o PRR não fosse o foco da sua propaganda política como se o dinheiro do PRR dependesse do seu governo e não da UE. Seria a grande oportunidade de AC executar o investimento público inscrito desde 2015 nos sucessivos OE e quase todo por concretizar, na ferrovia, no SNS, nas obras públicas, iria permitir às empresas alavancar investimentos e recuperar da crise pandémica, verbas a fundo perdido iriam permitir acesso à habitação a custos controlados nomeadamente para os jovens, enfim uma panaceia para finalmente tirar Portugal da cauda da UE para onde foi relegado pelos últimos 20 anos de governação do PS aliado ao BE e ao PCP. Após 1 ano desse frenesim populista de AC usando e abusando do slogan PRR pouco se fala dele no atual governo nomeadamente AC que parece ter-se esquecido do mesmo ou melhor não lhe convém lembrá-lo, pelo menos para já. É que em 2021 a despesa de capital no âmbito do PRR ficou muito abaixo do previsto pelo governo de AC quer na proposta de OE 2021 com menos 410 milhões de euros, quer no próprio PRR com menos 600 milhões de euros, com um grau de execução de 18%. Nada que surpreenda se atentarmos ao que foi o baixíssimo grau de execução do investimento inscrito nos OE dos governos de AC. O apelo de AC às empresas para um aumento de 20% do salário médio nos próximos 4 anos é mais propaganda para enganar os portugueses como foi o último aumento do salário mínimo que a inflação já absorveu, tal como a descentralização pretendida por AC para descartar as responsabilidades do governo na educação e na saúde endossando-as às autarquias mas sem o dinheiro necessário. A maioria absoluta não alterou os truques de AC, a mesma retórica que com ele Portugal é o melhor da UE, promessas eleitorais por cumprir, o OE e o PRR como meros instrumentos de propaganda política para enganar os portugueses e não para resolver os problemas da economia do País.
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