EUA retiram nome de líder de massacre de índios de montanha
Uma comissão governamental mudou o nome de uma montanha do Parque Nacional de Yellowstone, Estados Unidos, que tinha o nome de um oficial do Exército envolvido num massacre de nativos americanos.
O até agora Monte Doane passa a chamar-se Montanha dos Primeiros Povos, após a votação unânime do Conselho de Nomes Geográficos dos Estados Unidos, anunciou o Serviço do Parque Nacional na quinta-feira. O pico, de 3.200 metros, no sudeste de Yellowstone, no estado de Wyoming, tinha o nome do tenente Gustavus Doane, que em 1870 ajudou a liderar um ataque aos índios 'Piegan Blackfeet' no norte de Montana.
Gustavus Doane gabou-se para o resto da sua vida pelo que ficou conhecido como o Massacre de Marias. No ataque, em resposta à alegada morte de um comerciante branco de peles, morreram pelo menos 173 índios americanos, incluindo muitas mulheres, idosos e crianças que sofriam de varíola, disseram fontes oficiais de Yellowstone. Além de ser um líder do massacre, Gustavus Doane foi um elemento-chave de uma expedição a Yellowstone no mesmo ano. Yellowstone tornou-se o primeiro parque nacional do mundo em 1872.
Os responsáveis de Yellowstone consultaram 27 tribos sobre a mudança de nome, de acordo com a declaração divulgada. "Esta mudança de nome já devia ter sido feita há muito tempo. Todos concordámos com 'Montanha dos Primeiros Povos' como um nome apropriado para honrar as vítimas de tais atos desumanos de genocídio, e também para lembrar as pessoas da ligação de mais de 10 mil anos que os povos tribais têm com este lugar sagrado agora chamado Yellowstone", disse o chefe da nação índia 'Piikani', Stan Grier.
O território tradicional da Nação 'Piikani' cobre grande parte do Montana, incluindo o local do Massacre de Marias, e as províncias canadianas de Alberta e Saskatchewan. O Parque Nacional de Yellostone tem quase 9.000 quilómetros quadrados e fica principalmente no estado de Wyoming, mas também em locais dos estados de Montana e Idaho.