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Bolsonaro garante que Brasil pode desenvolver agricultura preservando a Amazónia

FOTO ETIENNE LAURENT/EPA
FOTO ETIENNE LAURENT/EPA

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, garantiu hoje na Cimeira das Américas, em Los Angeles, Estados Unidos, que o seu país "não precisa da Amazónia para desenvolver sua atividade agrícola".

O chefe de Estado brasileiro também descreveu como "fantástico" seu encontro bilateral com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na quinta-feira, à margem desta cimeira regional. "Sem o nosso negócio agrícola, parte do mundo passaria fome", disse Bolsonaro aos participantes da Cimeira das Américas. "Não precisamos da região amazónica para expandir nossos negócios agrícolas", insistiu Bolsonaro. "Somente no bioma Amazónia, 84% de sua floresta está intacta, contendo a maior biodiversidade do planeta", acrescentou.

Jair Bolsonaro, cujo Governo tem sido criticado em vários fóruns devido ao crescimento dos índices de desflorestação da Amazónia e por adotar uma política de esvaziamento de órgãos de controlo e fiscalização ambiental, aproveitou seu discurso para destacar as medidas adotadas por sua gestão e rejeitar as críticas que recebe de outros países e organizações não-governamentais.

Entre os dados que mencionou, Bolsonaro garantiu que o Brasil preserva 66% de sua vegetação nativa e usa apenas 27% de seu território para o setor agrícola, "como uma potência agrícola sustentável". O Presidente brasileiro ressaltou que os desafios do Brasil são proporcionais ao seu tamanho e afirmou: "Nosso código florestal deve servir de exemplo para outros países".

Bolsonaro, que procura a reeleição em outubro próximo, explicou que, apesar do seu tamanho territorial e populacional, o país gera menos de 3% do carbono do planeta, mesmo sendo a décima maior economia mundial. O chefe de Estado ressaltou que no ano passado o Brasil atingiu um recorde de geração de energia eólica, contribuindo com 21 gigawatts, que se juntaram aos 14 gigawatts de energia solar.

No seu discurso, para uma tribuna onde participam diferentes líderes presentes na Cimeira das Américas, Bolsonaro também falou sobre uma reunião bilateral realizada na quinta-feira com Biden.

Aquele encontro, que Bolsonaro qualificou de "simplesmente fantástico", serviu para que o Brasil e os Estados Unidos conversassem para "resolver alguns problemas que são totalmente da responsabilidade de cada país".  O Presidente do Brasil também garantiu que "desde o primeiro momento" as autoridades públicas e forças de segurança realizam "uma busca incansável" pelo jornalista britânico Dom Phillips e um ativista indígena brasileiro Bruno Araújo Pereira, que desapareceram na Amazónia. "Desde domingo, nossas Forças Armadas e Polícia Federal se destacam na busca incansável pela localização dessas pessoas. Pedimos a Deus que sejam encontradas com vida", concluiu o Presidente brasileiro.