Alemanha vai entregar mais armas e Rússia testa mísseis
O Governo alemão disse hoje que vai fornecer à Ucrânia mísseis antiaéreos modernos e sistemas de radar, no mesmo dia em que o Ministério da Defesa russo divulgou a realização de exercícios, perto de Moscovo, com mísseis intercontinentais.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, informou o Parlamento do seu país que o Governo vai intensificar a entrega de armas à Ucrânia, em resposta a críticas de que a Alemanha não estaria a fazer o suficiente para ajudar Kiev perante a invasão russa.
O anúncio acontece um dia depois de o Presidente norte-americano, Joe Biden, ter informado que os Estados iriam fornecer à Ucrânia foguetes de última geração, que permitirão a Kiev "atacar alvos-chave com maior precisão".
Estes foguetes podem ser usados para intercetar a artilharia russa e para derrubar posições russas em cidades onde os combates se têm intensificado, como a região de Donbass.
Entretanto, hoje, o Ministério da Defesa russo anunciou estarem a decorrer exercícios com sistemas de mísseis intercontinentais móveis Yars na região de Ivanovo, cerca de 200 quilómetros a nordeste de Moscovo, em manobras que envolvem cerca de 1.000 soldados.
"Os membros das Forças Estratégicas ensaiam a colocação de sistemas de mísseis em posições de campo e deslocações de até 100 quilómetros", acrescentou o ministério.
Os mísseis Yars, dos quais existem versões móveis e de silos, têm alcance de até 12 mil quilómetros e podem transportar até quatro ogivas nucleares.
A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia já matou mais de quatro mil civis e causou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas, mais de 6,8 milhões das quais para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).