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Cerca de 450 venezuelanos do Norte e Centro no Europarque para receber documentação

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O Consulado da Venezuela vai entregar de sexta-feira a domingo, em Santa Maria da Feira, documentação legal necessária à permanência em Portugal de aproximadamente 450 cidadãos venezuelanos a residir nas regiões do Norte e Centro, foi hoje anunciado.

Os trabalhos vão decorrer no centro de congressos Europarque e serão conduzidos pelo Consulado General da República Bolivariana da Venezuela, que já antes realizou nesse equipamento do distrito de Aveiro a primeira iniciativa do género a verificar-se fora das suas instalações, então para 350 imigrantes.

Entre os processos legais a tratar nestes três dias inclui-se a prorrogação de passaportes que tenha sido solicitada até ao dia 28 de março, a emissão de passaportes requeridos até 14 de dezembro de 2021, a verificação de dados de cartas de condução, a emissão de provas de vida para manutenção de benefícios e registos de nascimento e de casamento.

O presidente da Câmara de Santa Maria da Feira, Emídio Sousa, disse à Lusa que, ao reunirem todos esses serviços no Europarque, a autarquia e o Consulado estão "a facilitar a vida às pessoas, que assim evitam uma deslocação a Lisboa".

Só o concelho de Santa Maria da Feira, em concreto, acolhe atualmente 244 cidadãos venezuelanos e luso-venezuelanos, o que, de acordo com dados da autarquia recolhidos em 2020, representa a segunda maior comunidade estrangeira a viver no território, logo a seguir à brasileira -- num universo total de 1.820 cidadãos de 66 nacionalidades, dos quais 637 com registo de cidadãos da União Europeia.

"Esta é mais uma ação da nossa política municipal de acolhimento e integração de imigrantes", declarou o autarca, lembrando que "os cidadãos venezuelanos e luso-venezuelanos regressaram em massa a Santa Maria da Feira, sobretudo até à pandemia, em consequência da instabilidade politica, social e económica vivida na Venezuela".

Emídio Sousa realçou, contudo, que, uma vez instalada no município, essa comunidade -- constituída na sua maioria por antigos emigrantes e seus filhos, muitos sem nacionalidade portuguesa -- "tem feito um grande esforço para arranjar casa e emprego, dispensando apoios sociais".

Dado que o território tem "falta de mão de obra em alguns setores", o autarca garante: "Temos reunidas todas as condições para continuar a acolher e integrar lusodescendentes e cidadãos estrangeiros no nosso mercado de trabalho".