Primeiro-ministro do Sri Lanka demite-se após semanas de protestos
O primeiro-ministro do Sri Lanka, Mahinda Rajapaksa, demitiu-se hoje, depois de vários confrontos entre apoiantes do Governo e manifestantes que exigem há várias semanas a sua saída devido à grave crise económica que o país atravessa.
"[Rajapaksa] demitiu-se. Apresentou a sua carta de demissão", disse à agência de notícias espanhola Efe um responsável pelo gabinete do primeiro-ministro.
As autoridades do Sri Lanka declararam hoje a adoção de recolhimento obrigatório e enviaram tropas armadas para a capital do país, Colombo, depois de apoiantes do Governo terem atacado manifestantes que estavam acampados frente à residência do Presidente e do primeiro-ministro, enquanto os sindicatos iniciavam uma "Semana de Protestos", exigindo a mudança de Governo e a renúncia do Presidente.
A nação insular do Oceano Índico está à beira da falência e suspendeu os pagamentos dos seus empréstimos ao estrangeiro. Os problemas económicos provocaram uma crise política, com o Governo a enfrentar protestos generalizados e uma moção de desconfiança no parlamento.
Apoiantes do primeiro-ministro, Mahinda Rajapaksa, reuniram-se hoje no seu gabinete e pediram-lhe para ignorar as exigências de renúncia dos manifestantes.
Depois da reunião, os apoiantes de Rajapaksa dirigiram-se ao local onde estão os manifestantes há vários dias e atacaram-nos com bastões, destruindo e queimando as tendas, segundo mostraram imagens do canal de televisão local Sirasa.
Após o ataque, centenas de soldados armados foram mobilizados para Colombo, enquanto os manifestantes faziam acusações na televisão de que a polícia não interferiu para impedir o ataque, apesar de usar gás lacrimogéneo e canhões de água contra os manifestantes na sexta-feira.
O deputado do partido do Governo Sanath Nishantha, que estava entre os apoiantes do executivo que atacaram os manifestantes, morreu durante confrontos.
Apesar de não estarem em estado crítico, 23 feridos foram para o principal hospital da capital, avançou um responsável não identificado pela agência Associated Press.
Segundo a agência de notícias francesa AFP, o número de feridos ascende a pelo menos 78 pessoas.