Negociador da União Europeia esperado esta semana em Teerão
O Governo iraniano confirmou hoje que o coordenador da União Europeia (UE) para as conversações sobre o programa nuclear do Irão é esperado em Teerão, uma visita que a agência semioficial Nour News noticiou que ocorrerá na terça-feira.
"A agenda das conversações [de Enrique Mora] em Teerão está quase definida. Encontrar-se-á com Ali Bagheri, o principal negociador da República Islâmica do Irão", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Saeed Khatibzadeh, na sua conferência de imprensa semanal, segundo a agência francesa AFP.
A data oficial das deslocações de Mora a Teerão raramente é comunicada com antecedência, mas a agência iraniana Nour News, próxima do Conselho Supremo da Segurança Nacional, anunciou no fim de semana que ocorrerá na terça-feira.
O Irão está empenhado há um ano em negociações diretas com o chamado grupo 4+1 (França, Grã-Bretanha, Rússia e China mais a Alemanha) e indiretamente com os Estados Unidos, para reavivar um acordo alcançado em 2015 sobre o seu programa nuclear, do qual Washington se retirou unilateralmente em 2018.
As negociações visam trazer os Estados Unidos da América (EUA) de volta ao acordo, em particular levantando as sanções contra o Irão, e garantindo o pleno cumprimento por Teerão dos seus compromissos.
O acordo está a ser negociado em Viena, sede da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
Khatibzadeh disse que o Irão chegou a um bom acordo com o 4+1, através da diplomacia.
"O que está a acontecer em Viena é que estamos à espera de uma decisão dos Estados Unidos", afirmou, citado pela agência espanhola EFE.
O porta-voz diplomático disse que não se trata de os EUA "darem um presente ao Irão", mas de "devolverem o que tiraram ao povo iraniano".
Referiu que a visita do diplomata espanhol Enrique Mora, diretor político do Serviço Europeu de Ação Externa, é um sinal de que as "conversações estão a avançar na direção certa".
O Irão tem reiterado, nos últimos meses, que o levantamento das sanções contra a Guarda Revolucionária é um dos últimos pontos pendentes para um acordo.
O acordo nuclear limitou o programa atómico do Irão em troca do levantamento das sanções, mas, em 2018, o então Presidente norte-americano, Donald Trump, abandonou-o e voltou a impor as sanções.
Teerão respondeu um ano mais tarde, acelerando os seus esforços nucleares e o enriquecimento de urânio.