Sociais-democratas da Suécia decidem domingo sobre eventual adesão à NATO
Os sociais-democratas suecos, atualmente no poder na Suécia, irão decidir no próximo domingo se vão apoiar a candidatura do país à NATO, afirmou uma fonte partidária à agência de notícias France-Presse (AFP).
"O partido anunciará a sua posição em 15 de Maio", declarou Julia Grabe, porta-voz dos sociais-democratas, à AFP.
O apoio à adesão pelo Partido Social-Democrata sueco, o maior partido do país, seria histórica e representaria uma reviravolta da linha política da força partidária e da primeira-ministra sueca (e líder do partido), Magdalena Andersson.
Tal decisão abriria o caminho para a adesão sueca à NATO, segundo os analistas.
Com o eventual apoio dos deputados sociais-democratas passaria a existir uma larga maioria no parlamento sueco a favor da candidatura do país à Aliança Atlântica, que pode ser reforçada no caso de formalização da candidatura da vizinha Finlândia, prevista para os próximos dias.
A Suécia e a Finlândia têm estado fora de alianças militares há décadas.
Os sociais-democratas suecos têm sido, desde a criação da Aliança Atlântica em 1949, a principal força política de oposição à adesão, uma linha ainda reafirmada no último congresso do partido em novembro.
Entretanto, a opinião pública sueca e muitos líderes políticos estão agora a favor da adesão, devido à preocupação causada pela ofensiva russa em curso na Ucrânia.
O Governo sueco e os partidos representados no parlamento devem apresentar na sexta-feira uma nova revisão estratégica destinada a esclarecer a escolha sobre a NATO.
Por sua vez, o Presidente finlandês, Sauli Niinistö, deve apresentar a sua posição pessoal sobre uma candidatura na quinta-feira, enquanto a posição dos sociais-democratas finlandeses, também no poder, é esperada para sábado.
Oficialmente neutras durante a Guerra Fria, a Suécia e a Finlândia permaneceram fora da NATO após a queda da União Soviética (URSS), mas têm mantido alguma proximidade com a Aliança Atlântica desde a década de 1990.
Os dois países são membros da "Parceria para a Paz" da NATO e participam regularmente em exercícios militares conjuntos.
O secretário-geral da NATO, o norueguês Jens Stoltenberg, disse que os dois países são as duas nações não-membros mais próximas da Aliança e que seriam recebidos "de braços abertos" se apresentassem as suas candidaturas.
A Rússia alertou várias vezes nas últimas semanas contra as "consequências políticas e militares" de uma candidatura finlandesa e sueca à NATO.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro e a ofensiva militar provocou já a morte de mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.