Reactivação da Federação de setas aguarda apenas aprovação das Finanças
A reativação da Federação Portuguesa de Setas (FPS) aguarda apenas a aprovação da Autoridade Tributária portuguesa, disse hoje à agência Lusa um futuro vice-presidente do organismo, Nelson Fernandes
"Só falta mesmo a autorização da Autoridade Tributária, porque embora a antiga FPS tenha sido desativada, as Finanças nunca a extinguiram e, por isso, o processo de reativação carece de uma autorização especial", explicou o responsável, que exerce as mesmas funções na Associação de Setas da Zona Oeste (ASZO).
O processo burocrático de reativação da FPS decorre há mais de um ano e sofreu alguns atrasos relacionados "com a abertura de conta bancária", mas, "agora, só falta mesmo a autorização" da Autoridade Tributária.
De resto, o torneio qualificativo para o World Cup of Darts 2022 (WCOD2022), Mundial por equipas, tem a organização da ASZO, mas será realizado, nas Caldas da Rainha, na sexta-feira e no sábado, "já sob a bandeira da Federação".
"É pela FPS que vamos mandar um representante nacional. Embora, logisticamente, ainda não esteja 100% no ativo, por faltarem estes pormenores fiscais, já estamos a usar a sigla da federação", assumiu Nelson Fernandes.
O torneio qualificativo para o WCOD2022 vai apurar um jogador português para formar dupla com José de Sousa em Frankfurt, entre 16 e 19 de junho.
O projeto foi apresentado pela FPS à Professional Darts Corporation, que aprovou a realização do torneio, inserido no 16.º Open Nacional de Setas, por se enquadrar dentro dos seus padrões de exigência e qualidade.
"Estamos a falar de um custo de organização que, este ano, já deve ultrapassar os 15 mil euros só para a realização da prova. Já são valores e organizações que requerem uma estrutura mais complexa", exemplificou Nelson Fernandes.
Há cerca de um ano, em declarações à agência Lusa, o mesmo Nelson Fernandes e também Rui Duarte, presidente da futura FPS, destacavam a importância da reativação do organismo para ajudar mais jogadores nacionais a atingir o patamar de José de Sousa.
"O que aconteceu com o José de Sousa não tem de acontecer só com ele. Veio impulsionar alguns talentos que estavam 'adormecidos'. Há muito talento nos jogadores portugueses, mas muitas vezes as condições para que possam crescer e evoluir não são as mais favoráveis", lamentaram, então, os dois dirigentes.
O crescimento dos dardos em Portugal tem sido impulsionado, nos últimos meses, pelas boas prestações de José de Sousa nos torneios da Professional Darts Corporation (PDC).
José de Sousa, de 47 anos, natural da Azambuja, ganhou o cartão de jogador do ProTour em 2019, ano em que deixou de lado a sua profissão de carpinteiro e passou a dedicar-se a tempo inteiro aos dardos.
Atualmente ocupa o sétimo lugar em ambos os 'rankings' internacionais da modalidade. Na Ordem de Mérito PDC, que mede as prestações nos últimos dois anos, soma 456 mil libras (mais de 530 mil euros); no ProTour, relativo aos últimos 12 meses, soma 83.500 libras (mais de 97 mil euros).
'Open' nacional de dardos qualifica um jogador para jogar Mundial com José de Sousa
Um torneio aberto de dardos, nas Caldas da Rainha, vai qualificar um jogador português para fazer dupla com José de Sousa no Campeonato do Mundo por equipas, disse hoje à agência Lusa um responsável da organização.
O 16.º 'Open' Nacional de Setas realiza-se na sexta-feira e no sábado, no salão da Expoeste, e tem como principal atrativo o torneio de qualificação para o World Cup of Darts 2022 (WCOD2022), que se disputa em Frankfurt, um mês depois, entre 16 e 19 de junho.
O Mundial é disputado, anualmente, "por 32 países" e as duplas são formadas "pelos dois melhores classificados de cada país nas Ordens de Mérito" PDC e ProTour, explicou Nelson Fernandes, vice-presidente da Associação de Setas da Zona Oeste (ASZO), organizadora do torneio qualificativo.
José de Sousa, sétimo classificado em ambos os 'rankings', "é o único português do circuito" e, por isso, tem entrada direta, tendo sido acompanhado, nos últimos dois anos, por José Marques, compatriota que tem disputado os qualificativos da 'School', na tentativa de obter o cartão de entrada no ProTour.
"Esse tem sido o critério e, por isso, tem sido o Marques a acompanhá-lo, mas a PDC prevê também a hipótese de fazer uma qualificação a nível local, dentro dos parâmetros de rigor e qualidade da organização. Este ano apresentámos o projeto, eles ficaram positivamente surpreendidos e deram 'luz verde' para avançar", explicou Fernandes.
As inscrições para o torneio qualificativo para o WCOD2022 estão abertas até terça-feira, têm um custo de 20 euros e "não é preciso estar vinculado a nenhuma associação ou federação" para disputar o lugar em Frankfurt, ao lado do 'Special One' dos dardos.
"Podem participar todos os homens e mulheres, de nacionalidade portuguesa ou que comprovem ter residência fiscal em Portugal há pelo menos cinco anos. São normas exigidas pela própria PDC", elencou o vice-presidente da ASZO.
O torneio tem início na sexta-feira, com uma fase de grupos de quatro jogadores em 'round robin' (todos contra todos), que apura os dois primeiros classificados de cada grupo para a fase a eliminar, que se joga no sábado.
"Quem ganhar o torneio, ganha o lugar para jogar com o José de Sousa e garante, desde logo, um prémio de 1.500 libras (cerca de 1.750 euros), o valor pago a todos os jogadores que disputem a primeira ronda do WCOD2022", adiantou o elemento da organização.
Depois, em Frankfurt, por cada ronda superada, os jogadores que compõem a equipa nacional "dobram o prémio", no mínimo, podendo chegar a receber "30 mil libras cada um" (cerca de 35 mil euros) se vencerem a competição.
Até hoje, já se inscreveram no torneio qualificativo "cerca de 90 jogadores", mas Nelson Fernandes aponta para "pelo menos 128" participantes.
"Será o maior torneio desta tipologia alguma vez realizado em Portugal. Com regras, porteiro, controlo de entradas. A nível europeu será o mais próximo que existe do nível dos torneios da PDC", concluiu o responsável.