A tirania do demérito
Já é tempo de valorizar e promover valores essenciais como o trabalho e o mérito, em detrimento de “afectos” e de outros valores económicos.
Infelizmente, parte da nossa sociedade e dos nossos decisores políticos, salvo raras exceções, pouco ou nada fazem para promover estes dois valores importantíssimos.
E, na maior parte das vezes fazem precisamente o contrário do que era devido e esperado perante o silêncio e a cumplicidade de alguns que assistem impávida e serenamente a enormes injustiças.
Bem sei que vivemos num meio em que é mais fácil criticar o vizinho do que olhar para o espelho e para o que fazemos internamente com os nossos, mas deveriam existir mínimos.
Mínimos para a decência e para o decoro.
Uma coisa é certa, nós não vamos conseguir progredir e combater os crescentes fenómenos de populismo, enquanto não invertermos esta tirania instalada do demérito.
Os dados do jogo da mobilidade social não podem continuar a permanecer viciados e reféns de outros valores menores.
A falta de uma cultura de mérito corroí e afeta significativamente a sociedade em que vivemos, afastando incessantemente os melhores das mais variadas áreas.
Perante este cenário, o caminho que deveríamos estar a fazer deveria ser o oposto.
Deveríamos estar a promover a dignificação do trabalho, o reconhecimento do mérito e a igualdade de oportunidades e não o seu contrário.
Não pode continuar a valer tudo!