China analisa "atentamente" guerra na Ucrânia tendo em conta planos para assumir Taiwan
China considera a ilha de Taiwan parte do seu território e que deverá ser anexada ao país.
A China segue "atentamente" a invasão russa da Ucrânia e vai provavelmente extrair ensinamentos deste conflito para ajustar os seus planos destinados a assumir o controlo de Taiwan, preveniu hoje o diretor da CIA, William Burns.
"Os dirigentes chineses seguem atentamente as lições que podem extrair da Ucrânia em relação às suas próprias ambições e Taiwan", declarou.
Pequim foi "surpreendida" pelas dificuldades do exército russo e a forte resistência da sociedade ucraniana, considerou o patrão da agência de informações norte-americana no decurso de uma conferência organizada pelo diário Financial Times.
"Penso que foram particularmente afetados pela forma como a Aliança atlântica de uniu para impor custos económicos à Rússia em resposta à sua agressão", prosseguiu.
A China ficou "perturbada pelo facto de Putin ter aproximado os europeus dos americanos", segundo Burns.
"Quanto às conclusões que daí extraíram, permanece um ponto de interrogação", admitiu.
Na sua perspetiva, os dirigentes chineses estão a analisar "os custos e as consequências" de uma eventual utilização da força para assumir o controlo de Taiwan.
A China considera a ilha de Taiwan, com 23 milhões de habitantes, uma parte do seu território e que deverá ser anexada ao país, se necessário pela força, apesar de nunca terem emitido qualquer ultimato.
A invasão da Ucrânia pela Rússia fez aumentar os receios do lado taiwanês de que Pequim opte por concretizar no curto prazo as ameaças de anexação.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro e a ofensiva militar provocou já a morte de mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.