A Guerra Mundo

Sérvia quer prosseguir com adesão à União Europeia mas recusa sanções contra a Rússia

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A Sérvia continua assumidamente comprometida com a adesão à União Europeia (UE), mas não mudará a sua política em relação à Rússia, declarou hoje o presidente sérvio, Aleksandar Vucic, em entrevista a uma televisão local, citado pela agência AFP.

Durante a entrevista, o presidente sérvio reiterou que Belgrado não adotará sanções contra Moscovo por causa da invasão da Ucrânia.

"Desde o terceiro dia do conflito na Ucrânia explicámos qual era a nossa posição e 70 dias depois mantemos essa posição", frisou Vucic.

Em 25 de fevereiro, Aleksandar Vucic esclareceu que a Sérvia apoia totalmente a integridade territorial da Ucrânia, que considera a invasão russa como "algo muito mau", mas que não imporá sanções a Moscovo.

O presidente sérvio reconheceu que está sob "pressão" para harmonizar a política externa de Belgrado com a dos países membros da UE de introduzir sanções contra a Rússia.

"A Sérvia não vai atropelar, nem extinguir as suas amizades no leste (da Europa. Não me importo com o poder das pressões que vão surgindo", contrapôs Vucic.

"Somente o poder dos interesses da Sérvia pode fazer mudar a nossa posição", enfatizou o chefe de Estado.

Comentando as pressões sofridas pela Sérvia no seguimento da guerra na Ucrânia, Aleksandar Vucic disse esperar uma "intensificação da pressão para que Belgrado reconheça a independência do Kosovo", a antiga província sérvia de maioria albanesa que declarou a independência em 2008 e que Belgrado, apoiado em particular por Moscovo, não reconhece.

A Sérvia continua "ainda mais determinada a seguir seu caminho europeu", insistiu o presidente sérvio.

Na entrevista, Vucic tornou claro que a política de adesão à UE será mantida apesar de uma sondagem da agência sérvia Ipsos indicar que, pela primeira, vez, uma clara maioria de cidadãos se opor à adesão à UE".

De acordo com a sondagem, 44% dos cidadãos são contra a adesão à UE e 35% a favor.

Aleksandar Vucic tem praticado há anos, segundo observadores, uma política pragmática, habilidosa e com sucesso entre o Oriente e o Ocidente, obtendo apoio financeiro substancial da UE enquanto concluiu importantes acordos económicos com a China.