Parlamento búlgaro autoriza reparação de equipamento militar danificado
O Parlamento da Bulgária aprovou hoje, com larga maioria, o fornecimento de "ajuda militar técnica" à Ucrânia, que consiste principalmente na reparação de material de guerra danificado durante a invasão russa e também em ajuda humanitária.
O governo de coligação, liderado pelo pró-europeu Kiril Petkov, evitou desta forma uma crise interna, perante a ameaça dos parceiros socialistas no governo de deixarem o executivo, no caso de envio de armas para a Ucrânia.
A proposta do governo foi aprovada por 200 dos 240 deputados do Parlamento.
A Bulgária irá reparar equipamentos militares danificados desde o início da invasão russa e fornecer mais ajuda humanitária.
Os búlgaros irão também facilitar a venda de trigo e eletricidade ucraniana na Bulgária, receber mais refugiados ucranianos e apoiar uma eventual integração da Ucrânia na União Europeia (UE).
O Estado dos Balcãs é, a par da Hungria, o único país da NATO que se recusa a fornecer armas e munições à Ucrânia, defendendo que isso leva a um envolvimento na guerra, ao prolongamento do conflito e ao adiamento de um acordo de paz.
Esta tese é fortemente defendida pelo Partido Socialista búlgaro, um dos quatro parceiros do governo, que é herdeiro do Partido Comunista e historicamente próximo de Moscovo.
Também o Presidente da Bulgária, o pró-russo Rumen Radev, critica o governo pelo apoio de Petkov ao envio de armas ao país invadido pela Rússia.
"É o nosso dever patriótico não permitir que o nosso país seja arrastado para a guerra", tinha referido o Presidente durante o seu discurso em 01 de maio.
Por seu lado, Kiril Petkov considera "vergonhosa" a ideia do Presidente búlgaro de que, ao não entregar armas a Kiev, a guerra terminará mais cedo.
Nos últimos dias, vários meios de comunicação ocidentais noticiaram que, na realidade, a Bulgária já está a transportar armas e munições para a Ucrânia, através da venda a outros países como a Polónia, República Checa e Eslováquia, que por sua vez entregam o material ao país invadido.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.