A Guerra Mundo

Suíça prepara-se para crise causada por eventual escassez de gás

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O governo suíço anunciou hoje a criação de um mecanismo de resposta a uma eventual crise por escassez de gás, devido à incerteza gerada pela invasão da Ucrânia pela Federação Russa.

Em causa está o facto de a Federação Russa ser a principal fornecedora daquela fonte de energia à Suíça.

O Conselho Federal (governo) indicou em comunicado que o mecanismo vai ser desenvolvido e gerido pela Associação Suíça da Indústria do Gás (ASIG), com a participação de representantes dos consumidores.

Contudo, esta gestão pela ASIG vai durar só um ano, após o que deverá ser feita por outra instituição, dada a falta de independência da ASIG na matéria, realçou-se no texto governamental.

Cerca de 47% do gás que a Suíça consome vem da Federação Russa, se bem que grande parte chegue através de Estados vizinhos, como Alemanha e França, com a Noruega a fornecer 24% e a União Europeia 19%.

Apenas três por cento do gás consumido pelos suíços, principalmente em aquecimento e cozinha, vem da Argélia.

Devido à invasão da Ucrânia pela Federação Russa, a Suíça começou a procurar fontes alternativas de gás, principalmente o Qatar, um dos maiores exportadores de gás liquefeito, onde se deslocou no final de março o ministro da Economia, Ueli Maurer.

Um 'handicap' para a Suíça é o da sua condição de país sem saída para o mar, uma vez que o gás liquefeito deve ser tratado em terminais portuários especializados, mas a invasão da Ucrânia pela Federação Russa, ao aumentar a procura por esta fonte de energia, reduziu a capacidade destes portos para potenciais clientes novos.

O gás representa 12% da energia consumida na Suíça, abaixo do petróleo (35,2%), nuclear (25%) e a hidroeletricidade (14,6%), segundo a informação da agência federal de energia.