Governo reitera compromisso de atingir neutralidade carbónica até 2050
O secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, João Paulo Catarino, reiterou hoje que o Governo tem como compromisso atingir a neutralidade carbónica até 2050, promovendo a redução das emissões em mais de 85%.
"O nosso compromisso é atingir a neutralidade carbónica até 2050, reduzindo as emissões em mais de 85% e reforçando a capacidade de sequestro de carbono pelo uso do solo e florestas até aos 13 milhões de toneladas de carbono por ano", evidenciou.
No encerramento da conferência Compromisso Floresta 2030, que decorreu durante o dia de hoje na Fundação Bissaya Barreto, em Coimbra, o governante admitiu que se trata de um enorme desafio, sendo para tal necessário "reduzir em 60% as áreas ardidas".
"Dos cerca de 164 mil hectares de média anual, entre 1998 e 2017, para 60 mil hectares ano até 2050. É, sem dúvida, um enorme desafio coletivo, mas também uma enorme oportunidade para a preservação e o aumento de forma sustentável dos nossos ativos florestais e para a inadiável preservação do mundo rural e do equilíbrio das nossas florestas", apontou.
João Paulo Catarino assumiu que a prioridade passa por transformar as paisagens e os espaços rurais, de forma a conseguirem transformar a floresta portuguesa.
"Para reduzirmos para metade, em 10 anos, a área ardida, temos de intervir em profundidade em 20 por cento da nossa floresta", admitiu.
Ao longo da sua intervenção, o secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas destacou que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) prevê um conjunto de investimentos associados à reforma da transformação da paisagem no valor de 270 milhões de euros e de 136 milhões de euros para a prevenção de fogos rurais.
"Com estes mais de 400 milhões de euros, aumentaremos a resiliência e proteção dos sistemas florestais, agrícolas, e agroflorestais, nomeadamente através do planeamento e ordenamento dos territórios rurais e da promoção da sua gestão com racionalidade, eficiência e profissionalismo", referiu.
No entanto, não tem dúvidas que, para que esta transformação seja possível, "é indispensável a adesão dos proprietários a um modelo de gestão coletiva, assim como a mobilização das autarquias".
Nesta ocasião, João Paulo Catarino disse ainda que o Governo pretende que a floresta esteja suportada em mercados dinâmicos e incentivadores de rendimento sustentado para todos os atores económicos.
"Queremos uma forte inter-relação entre os diferentes agentes que operam nas fileiras florestais, na produção de novos materiais ou produtos, madeira com incorporação de maior valor acrescentado. Queremos o aprofundamento de parcerias entre o setor público e privado, que garanta uma continuidade de projetos considerados estruturantes para a fileira", concluiu.