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UE condena "energicamente" ataque contra missão da União Africana na Somália

Foto DR
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A União Europeia (UE) condenou hoje "energicamente" o atentado terrorista perpetrado terça-feira contra a base da Missão de Transição da União Africana na Somália (ATMIS, na sigla em inglês), que matou e feriu militares do Burundi e cidadãos somalis.

"A UE expressa as suas condolências às famílias das vítimas e ao povo do Burundi e da Somália, bem como à União Africana", disse um porta-voz do Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, em comunicado.

A base da ATMIS localiza-se na região de Middle Shabelle, centro-sul do país.

Segundo a nota, "o povo da Somália não estaria desfrutando da capacidade de deliberar e votar sobre o seu futuro hoje se não fossem os sacrifícios dos jovens africanos que compõem a ATMIS".

Ao mesmo tempo, Borrell expressou a "profunda gratidão" da UE aos países que contribuem com militares e polícias para a missão, pelo seu "apoio contínuo na luta contra o terror".

O Exército do Burundi estimou hoje em 10 o número de soldados do país mortos no ataque perpetrado pelo grupo extremista islâmico somali Al-Shabab contra a base.

Além dos 10 membros do contingente do Burundi, outros 25 ficaram feridos e cinco estão dados como desaparecidos, segundo um comunicado divulgado pelas Forças Armadas do Burundi na rede social Twitter.

De acordo com o Exército do Burundi, "20 terroristas do grupo Al-Shabab foram neutralizados" após o ataque, que disse ter sido realizado com carros-armadilhados com explosivos, bombistas suicidas e homens fortemente armados.

O ataque foi reivindicado pelo grupo Al-Shabab, que se juntou à rede extremista Al-Qaida em 2012 e controla áreas rurais do centro e sul da Somália, onde tenta estabelecer pela força um Estado islâmico wahabita (ultraconservador).

A União Africana, com sede em Adis Abeba, tinha desde 2007 uma missão militar em solo somali (Amisom), composta por cerca de 20.000 soldados que operam sob mandato da ONU, para ajudar as forças somalis na sua batalha para estabilizar aquele país do Corno de África.

Em 31 de março, a Amisom foi substituída pela ATMIS (na sequência da aprovação de uma resolução no Conselho de Segurança da ONU), missão com a qual se procedeu à redução gradual dos militares estacionados na Somália e à anunciada retirada de todo o efetivo militar em dezembro de 2024.

A Somália mergulhou num estado de conflito e caos com a deposição do ditador Mohamed Siad Barre, em 1991, que deixou o país sem um governo eficaz e nas mãos de senhores da guerra e milícias islâmicas como o Al-Shabab.