Possíveis "perturbações" no abastecimento de petróleo na Alemanha devido ao embargo
A Alemanha pode enfrentar "perturbações" no seu abastecimento de petróleo, advertiu hoje o ministro da Economia alemão, na sequência da iniciativa da UE de proibir gradualmente as suas importações de petróleo russo.
"Não podemos garantir nesta situação que não haverá perturbações" no abastecimento de petróleo na Alemanha, disse Robert Habeck numa conferência de imprensa em Meseberg, a norte de Berlim, avisando que "os preços também podem aumentar significativamente ao longo de um período de 180 dias".
Habeck disse em particular que a refinaria PCK em Schwedt, no Estado oriental de Brandeburgo, propriedade do conglomerado russo Rosneft, poderia ser afetada porque fornece cerca de 90% do petróleo consumido em Berlim e na região circundante, incluindo o aeroporto de Berlim Brandenburg (RIC).
Contudo, Habeck, que é também vice-chanceler, assegurou que a Alemanha seria capaz de "resistir ao embargo petrolífero como nação", uma vez que o país reduziu drasticamente a sua dependência do petróleo da Rússia nas últimas semanas.
A dependência da maior economia da Europa das importações de petróleo russo diminuiu nas últimas semanas para 12%, contra 35%.
A nível europeu, o petróleo russo é responsável por cerca de um quarto das importações de petróleo da UE.
Bruxelas propôs hoje a suspensão das importações europeias de petróleo russo no prazo de seis meses e enviou a proposta aos Estados-membros para aprovação na terça-feira à noite.
No entanto, o ministro da Economia alemão advertiu que, como resultado, os preços poderiam "também subir significativamente durante um período de 180 dias".
Para além do petróleo, a Alemanha, um dos países europeus mais dependentes da Rússia pela energia antes da guerra na Ucrânia, já conseguiu reduzir significativamente a sua dependência do carvão.
Depende agora apenas 8% do carvão, abaixo dos 50%, anunciou o Ministério da Economia na semana passada num relatório.
Por outro lado, a dependência do gás russo permanece elevada, embora também tenha diminuído para 35%, contra 55% antes da invasão russa em 24 de Fevereiro.
Berlim já tinha anunciado há várias semanas que queria prescindir completamente do petróleo e do carvão russos até ao final do ano. O Governo alemão também se tinha declarado a favor de um embargo europeu ao petróleo russo.