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Roubo de cabos de cobre afeta estatais sul-africanas em mais de 400 milhões por ano

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Os prejuízos das acções de vandalismo e roubo de cabos de cobre na infraestrutura das estatais sul-africanas de energia eléctrica, transportes e telecomunicações ascendem a mais de 400 milhões de euros por ano, anunciou hoje a estatal elétrica Eskom.

"Na Eskom, os prejuízos directos rondam os 2 mil milhões de rands (118,5 milhões de euros) em resultado do roubo de cabos. Entre todas as empresas estatais do país, particularmente a Prasa, Telkom e Eskom, os prejuízos ascendem a aproximadamente 7 mil milhões de rands (414,8 milhões de euros) por ano", disse a advogada Karen Pillay.

Em entrevista esta manhã à rádio 702, em Joanesburgo, a capital económica da África do Sul, a responsável pela segurança do grupo Eskom, que gere a rede elétrica, adiantou que o número de incidentes "está a aumentar, particularmente nas centrais mais remotas no país, que são frequentemente vandalizadas ao ponto de ficarem num estado de total destruição e abandono".

Segundo a responsável sul-africana, as redes criminosas envolvidas no roubo de cabos elétricos industriais "são grupos numerosos, fortemente armados e devidamente organizados", salientando que "usam até veículos pesados com gruas para removerem cabos de cobre em larga escala".

A advogada sul-africana referiu que a empresa constatou que "nos últimos incidentes os destinatários do cobre roubado são comerciantes de sucata".

Questionada sobre os casos investigados pela empresa em articulação com as autoridades sul-africanas, a responsável da Eskom salientou que "existe definitivamente o envolvimento de funcionários a vários níveis nos casos apresentados em tribunal", sem avançar detalhes.

A Eskom, a concessionária pública de energia elétrica que é responsável por 90% da produção nacional, retomou na terça-feira os cortes de energia diários devido à falta de capacidade de geração.

Os cortes, que fazem parte do quotidiano dos sul-africanos desde o fim da década de 1990, são conhecidos no país como 'load shedding' (diminuição de carga) significando em média cerca de três apagões programados de cerca de duas horas e meia cada.

No mês passado, a maioria dos cidadãos e empresas foram afetados com a intensificação de cortes de 'nível 4' que chegaram a atingir os quatro apagões diários de duas a três horas cada.

A situação precária da empresa pública é apontada como estando na origem desta crise de eletricidade de longo prazo.

Na semana passada, a polícia sul-africana desmantelou uma rede criminosa, que integrava dois moçambicanos, envolvida no roubo e contrabando multimilionário de material do sistema público ferroviário.

Na operação, a polícia diz ter recuperado material cromado retirado do sistema público ferroviário sul-africano avaliado em cinco milhões de rands (297 mil euros).