Organização venezuelana regista detenção de cinco jornalistas desde janeiro
Uma organização não-governamental (ONG) venezuelana indicou ter registado, entre janeiro e abril, a detenção de pelo menos cinco profissionais da comunicação social e 132 denúncias de violações da liberdade de expressão.
"Entre janeiro e abril de 2022, foram registadas pelo menos cinco detenções por exercer o direito à liberdade de expressão, que afetaram três indivíduos, um jornalista e um fotojornalista", afirmou a coordenadora do Programa Observatório Social da ONG Espaço Público Marysabel Rodríguez.
Durante os primeiros quatro meses deste ano, foram registados "69 casos e 132 denúncias de violações da liberdade de expressão (...) a censura foi a violação mais recorrente, com 62 registos, seguindo-se a intimidação (30), o assédio verbal (24) e ameaças (11)", afirmou, numa conferência virtual, na qual foi também apresentado o relatório sobre a Situação da Liberdade de Expressão em 2021, na Venezuela.
A responsável sublinhou que as instituições do Estado foram as principais agressoras, com 24 denúncias, seguindo-se organismos de segurança (11), funcionários (11) e cinco casos de indivíduos desconhecidos.
As principais vítimas, registadas no mesmo período, foram jornalistas (43), cidadãos em geral (16), meios de comunicação social (18) e cinco indivíduos.
"Em várias oportunidades, funcionários ou figuras próximas do poder, fizeram uso das redes sociais e da televisão pública para ameaçar e assediar jornalistas venezuelanos", salientou.
De acordo com a Espaço Público, "apesar da censura estatal, do ataque e da perseguição a meios independentes e jornalistas, a rádio é o meio de comunicação social mais comum no país (71%)".