Macron propôs a Putin incluir ONU na solução para bloqueio de Odessa
O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou hoje que propôs ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, uma resolução na ONU para levantar o bloqueio russo ao porto ucraniano de Odessa e permitir a exportação de cereais ali bloqueados.
"Propus, na discussão que tive, juntamente com (o chanceler alemão) Olaf Scholz, no sábado passado, ao Presidente Putin que tomássemos a iniciativa de apresentar uma resolução nas Nações Unidas, para dar um enquadramento muito claro a esta operação", disse Macron após uma cimeira europeia em Bruxelas.
Enquanto a Rússia está a impor um bloqueio aos portos ucranianos no Mar Negro, em particular o porto de Odessa, a Ucrânia procura uma solução para exportar cerca de 20 milhões de toneladas de cerais armazenados nos silos do país.
"A decisão depende de um acordo da Rússia e das garantias que oferece: em face da desminagem (do porto de Odessa), que é essencial para que possam ser encaminhados graneleiros e navios e levar esses cereais, (são necessárias) garantias de segurança fornecidas aos ucranianos para evitar que sejam atacados", insistiu Macron.
O Presidente francês lembrou que Kiev tem insistido em que precisa de "legítimas garantias de segurança" para esta operação, alegando que as Nações Unidas são a organização que as poderá conseguir, e salientou o "papel muito importante da Turquia, dada a sua responsabilidade no Mar Negro" e as suas recentes relações com Moscovo.
Sobre o novo pacote de sanções aplicado pela UE ao petróleo russo, Macron disse que não se deve excluir a hipótese de novas medidas sancionatórias contra Moscovo.
"Acho que o que foi decidido hoje, o sexto pacote de sanções, é muito forte. Há algumas semanas, ninguém acreditava que fosse possível. Mas nada deve ser excluído, nas próximas semanas. Tudo depende da evolução da situação no terreno", comentou o líder francês.
Com esta declaração, Macron admitiu que a UE pode vir a tentar um consenso entre os 27 países membros sobre sanções ao gás russo, adicionais às agora aplicadas ao petróleo.
"A França tem uma posição muito particular, porque somos pouco dependentes e podemos organizar-nos rapidamente, para não termos problemas. O problema poderá vir de outros países, altamente dependentes do gás russo", explicou o Presidente francês.