Rússia diz que acolheu 1,1 milhões de ucranianos que pediram abrigo
O Ministério russo da Defesa anunciou hoje que quase 1,1 milhões de cidadãos ucranianos, incluindo cerca de 200.000 crianças, foram retirados de Donetsk e Lugansk, autoproclamadas repúblicas pró-russas na Ucrânia, e acolhidas na Rússia.
"Nas últimas 24 horas, 11.550 pessoas, incluindo 1.847 crianças, foram retiradas, para o território da Federação Russa, das regiões perigosas das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, Ucrânia, sendo que o total [de pessoas retiradas da Ucrânia] desde o início da operação militar especial já soma 1.092.137 pessoas, das quais 196.356 crianças", afirmou o diretor do Centro de Controlo da Defesa Nacional da Rússia, Mikhail Mizintsev, citado pela agência russa de notícias Tass.
Embora as autoridades russas defendam que se trata de pessoas "retiradas" do leste da Ucrânia para o seu território, Kiev garante que foram deportações forçadas.
Na segunda-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que meio milhão de ucranianos foram "levados ilegalmente para a Rússia".
Segundo Zelensky, os civis que estão na cidade portuária Mariupol, ocupada pelas forças russas, estavam, na segunda-feira, hesitantes em entrar nos autocarros que a ONU e a Cruz Vermelha disponibilizaram para retirar as pessoas ainda "presas" na cidade porque tinham medo de ser levados à força para a Rússia.
Mikhail Mizintsev assegurou, no entanto, que, desde o início da operação russa na Ucrânia, o país já recebeu 2.754.241 pedidos de retirada de cidadãos da Ucrânia para o território russo ou para zonas controladas pelas forças armadas russas.
O Presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu, em 21 de fevereiro, a independência da República Popular de Donetsk e da República Popular de Lugansk, anunciando, três dias depois, o início de uma 'operação militar especial' na Ucrânia.
A invasão causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A operação russa, justificada por Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores da economia.