A Guerra Mundo

Crédito e Caución prevê PIB da zona euro inferior em um ponto devido à guerra

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A Crédito y Caución prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro cresça 2,9% em 2022, menos um ponto percentual devido à guerra na Ucrânia, foi hoje anunciado.

Num comunicado hoje divulgado, a Crédito y Caución explica que esta redução do crescimento resulta da interrupção da cadeia de fornecimento, do aumento dos preços das matérias-primas e do impacto negativo na confiança das empresas e dos consumidores.

"Esta avaliação do impacto, sujeita a um elevado nível de incerteza, assenta em dois pressupostos: que o conflito bélico não se prolongue para lá de 2022 e que as sanções sejam reforçadas, mas não até ao ponto de interromper totalmente as exportações de energia", refere a seguradora, alertando para que "se os combates na Ucrânia se prolongarem até meados de 2023, se as sanções se intensificarem e se os fluxos de gás russo se restringirem, o crescimento poderá descer até 1% em 2022".

A seguradora refere ainda que "a zona euro irá registar um abrandamento da sua atividade empresarial nos próximos trimestres, num contexto de aumento sem precedentes dos preços dos elementos do processo produtivo.

De acordo com o comunicado, no cenário de referência, a seguradora de crédito prevê que a redução do crescimento afete com diferentes intensidades os distintos mercados europeus, designadamente 1,8 pontos na Alemanha, 1,5 em Itália, 0,7 em França, 0,6 em Espanha e 0,3 nos Países Baixos.

A Alemanha e a Itália estão entre os países mais afetados, refere a Crédito y Caución, considerando que, "além de terem estreitas relações comerciais com a Rússia, é provável que as respetivas indústrias automobilísticas sejam afetadas negativamente pela guerra".

Os fabricantes de automóveis alemães já anunciaram reduções temporárias na produção devido à escassez de peças provenientes da Ucrânia e é provável que surjam problemas de fornecimento semelhantes em Itália, afirma a seguradora, precisando que a Alemanha também depende em grande medida da Rússia para as suas importações de gás.

"O impacto é mais reduzido em França, Espanha e nos Países Baixos na medida em que são menos dependentes da Rússia", considera.

Em relação ao Banco Central Europeu (BCE), a Crédito y Caución prevê que as compras de ativos terminem totalmente em Dezembro de 2022 e que a primeira subida das taxas de juro não aconteça até ao quarto trimestre deste ano ou no primeiro de 2023.