Incongruência

Catarina Martins (CM) acusou a NATO de ter sido “muitas vezes agressora na Europa”, e deu como exemplo a guerra da Bósnia que resultou dos conflitos com a desagregação da Jugoslávia e onde a NATO interveio não como “agressora”, conforme tentou impingir CM, mas autorizada pelo Conselho de Segurança da ONU com o objetivo não só de restabelecer a paz mas também as vertentes civil e política do Estado democrático de modo a permitir a realização de eleições, a defesa dos direitos humanos, a defesa dos direitos dos refugiados e dos expatriados, a formação de forças armadas e policiais conforme está contemplado no Acordo de Dayton que pôs fim à guerra e implementou a paz. A intervenção da NATO permitiu a captura, julgamento e condenação no Tribunal de Haia dos criminosos de guerra Radovan Karadzic e Ratko Mladic. Ao considerar a intervenção da NATO na Bósnia como uma agressão militar comparando-a à invasão da Ucrânia, CM procura desculpabilizar a Rússia pela invasão da Ucrânia ordenada por Putin, o que faz supor que afinal o BE está mais próximo das posições do PCP no que concerne à invasão da Ucrânia do que aparentemente e por mero oportunismo político pretende fazer crer. Disse ainda CM que a “expansão” da NATO “não é a solução” para a guerra na Ucrânia desencadeada por Putin criticando a Suécia e a Finlândia por terem decidido aderir à NATO. Quem terá de pôr fim à guerra na Ucrânia é Putin que de forma criminosa a provocou. A NATO é uma organização político militar criada em 1949 com o objetivo de garantir a liberdade e segurança dos seus membros através de meios políticos e militares que conta atualmente com 30 países aderentes. BE e PCP sempre foram contra a NATO e contra a UE e pretendem que Portugal de lá saia. Provavelmente prefeririam uma “Eurásia” liderada por Putin. É de uma total incongruência o apelo de CM para que a UE crie a sua própria organização militar de defesa, quando a NATO com uma abrangência muito maior já cumpre esse desiderato.

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