Governo tem sensibilizado TAP para a importância das comunidades no estrangeiro
O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas disse hoje, em Luanda, que o Governo tem sensibilizado a administração da TAP para a importância dos países com comunidades portuguesas ou com fortes ligações a Portugal, encontrando "recetividade" junto da empresa.
Na edição impressa de terça-feira, o DIÁRIO tinha já avançado que Paulo Cafôfo reuniu com a CEO da transportadora aérea portuguesa, a quem desafiou fazer uma visita a outro país da diáspora portuguesa, a Venezuela. Christine Ourmières-Widener terá aceitado este convite do governante.
Hoje, Paulo Cafôfo, que falava no final de uma visita à Escola Portuguesa de Luanda (EPL), na reta final da sua deslocação a Angola, respondia à Lusa sobre as queixas de portugueses em Luanda quanto à falta de ligações diretas ao Porto para onde viaja, com frequência, parte significativa da comunidade residente em Angola.
Existem atualmente várias ligações aéreas entre Luanda e Lisboa, com a entrada recente de novos 'players' como a espanhola Ibéria, mas por enquanto nem a portuguesa TAP nem a angolana TAAG retomaram os voos para o Porto, como acontecia antes da pandemia.
O governante português disse que ainda esta semana esteve reunido com a presidente-executiva da TAP, que manifestou "uma grande preocupação" no que diz respeito a servir os países que têm comunidades portuguesas, bem como aqueles com os quais Portugal mantém relações privilegiadas.
"A questão é vermos, em termos de crescimento, aquilo que é possível fazer dentro do contexto em que a TAP está e há opções que são da própria administração, e não do Governo", acrescentou Paulo Cafôfo.
O secretário de Estado lembrou que a TAP está neste momento num processo de restruturação para garantir as condições de viabilidade e sustentabilidade da empresa.
"O que o Governo português pode fazer - e foi o que fiz esta semana -- é sensibilizar a administração da TAP para a importância não só das comunidades portuguesas, mas também dos países com que Portugal tem fortes ligações, como é o caso de Angola", reforçou, insistindo que encontrou por parte da TAP uma grande recetividade para o que foi transmitido.
"Este é um trabalho que se tem de continuar a fazer, garantindo que não se cometem loucuras. A TAP tem de ter um rigor muito grande na reestruturação do ponto de vista financeiro, mas o que pude testemunhar é que há uma grande sensibilidade para estas questões", destacou.
O secretário de Estado salientou o desejo de reforçar a relação "excelente" que existe atualmente entre os dois governos, tendo sido abordadas nesta deslocação de dois dias questões relacionadas com o funcionamento do consulado geral de Luanda, com o intuito de introduzir melhorias de modo a prestar "um melhor serviço".
Segundo disse, as melhorias terão reflexos imediatos no que diz respeito à emissão dos vistos e cartão do cidadão, graças ao reforço do número de funcionários, já no final do mês, e introdução de meios tecnológicos que possibilitem uma melhor acessibilidade aos serviços do consulado, a partir de 25 de junho.
"Estamos comprometidos com o bom funcionamento para que a concessão de vistos ou de atos consultares possam ser feitas com eficácia", realçou Paulo Cafôfo.
O governante destacou ainda a Escola Portuguesa de Luanda (a maior, fora do território nacional) como outro dos focos da visita, considerando que se trata de um estabelecimento de ensino "exemplar", também resultante do investimento de Portugal na educação.
Sobre os conflitos relativos à cooperativa que geria a EPL, que culminaram em setembro do ano passado com o Estado português a assumir, "de forma transitória", a gestão direta da Escola Portuguesa de Luanda, afirma que foi tomada a opção correta.
"Aquilo que tem sido esta curta experiência tem sido positiva, aquilo que queremos é que a qualidade do ensino se mantenha e o que me parece é que esta opção está correta", referiu.
"Assistimos a um ano letivo normal e aquilo que desejamos é que possa continuar, que esta gestão continue a ser do Estado português. Isso é o que pretendemos para os próximos anos", afirmou o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.