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Autoridades do Texas admitem que polícia tomou má decisão em tiroteio na escola de Uvalde

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Foto EPA/TANNEN MAURY

O diretor do departamento de Segurança Pública do Texas, Steven McCraw, admitiu hoje que a polícia tomou uma "má decisão" ao não entrar rapidamente na escola de Uvalde, onde um atirador cometeu um massacre.

"Olhando para trás agora, é claro que não foi a decisão certa. Foi a decisão errada, ponto final", disse McCraw, durante uma conferência de imprensa, quando questionado sobre o atraso na intervenção das forças de segurança.

No local do massacre, 19 polícias aguardaram por uma unidade de intervenção da Polícia de Fronteira, mais de 45 minutos depois de o atirador, Salvador Ramos, ter invadido a escola Robb, em Uvalde, no Texas, na terça-feira, matando 19 estudantes e dois professores.

Segundo McCraw, o chefe de polícia no local acreditou que Salvador Ramos, de 18 anos, estava barricado numa sala de aula e que as crianças não estavam em risco.

"Ele estava convencido na altura de que não havia mais ameaças para as crianças, que o atirador estava barricado e que tinham tempo de se organizar" para entrar na sala de aula, explicou McCraw, admitindo que, essa foi a "decisão errada".

McCraw disse que os agentes da Patrulha de Fronteira dos EUA acabaram por usar uma chave mestra para abrir a porta trancada da sala de aula onde confrontaram e mataram Ramos.

O diretor do departamento de Segurança Pública do Texas disse ainda que houve um tiroteio logo após Ramos entrar na sala de aula onde cometeu o massacre, mas que os tiros foram "esporádicos" durante grande parte dos 48 minutos, enquanto os polícias esperavam do lado de fora do corredor.

McCraw disse que os investigadores não sabem se ou quantas crianças morreram durante esses 48 minutos.

Durante o ataque, professores e crianças ligaram repetidamente para o número de emergência, 911, a pedir ajuda, incluindo uma menina que implorou para que a polícia fosse enviada de imediato.

Mas os primeiros polícias só chegaram ao local 12 minutos após o tiroteio e não entraram na escola para perseguir o atirador até quatro minutos depois.

No interior, foram repelidos por tiros de Ramos e esconderam-se, segundo relatos da investigação em curso.

O atirador ainda estava dentro da sala quando chegaram os primeiros agentes especiais, depois de se terem deslocado cerca de 113 quilómetros, a partir da cidade fronteiriça de Del Rio.

A crise chegou ao fim depois de um grupo de agentes da Patrulha de Fronteira ter entrado na escola, envolvendo-se num tiroteio com o atirador, que estava escondido na sala de aula, tendo-o abatido.

"Com base nas melhores práticas, é muito difícil entender por que houve algum tipo de atraso (...) para entrar e neutralizar o atirador", disse Ken Trump, líder da empresa de consultoria National School Safety and Security.