Pelo menos 1.500 pessoas mortas em Severodonetsk, diz militar
Pelo menos 1.500 pessoas foram mortas em Severodonetsk, mas a cidade do leste da Ucrânia que o exército russo procura tomar a todo o custo continua a resistir, disse o líder militar da região.
Cerca de 12 mil pessoas permanecem na cidade, que tinha cerca de 100 mil habitantes antes da guerra, disse hoje o chefe da administração militar de Severodonetsk, Alexander Stryuk.
Severodonetsk tem sido o palco de combates ferozes que já destruíram 60% dos edifícios residenciais, disse Stryuk, citado pela agência Associated Press.
O líder militar disse que um grupo russo de reconhecimento e sabotagem entrou num hotel de Severodonetsk, mas que a cidade continua a resistir.
Severodonetsk é a única zona da região de Lugansk que continua sob controle do governo ucraniano, e as forças russas têm tentado cercar a cidade.
As milícias pró-russas de Donetsk e Lugansk - duas regiões separatistas na Ucrânia que a Rússia reconheceu como independentes antes de lançar a campanha militar em território ucraniano que começou no passado dia 24 de fevereiro - e as tropas de Moscovo garantiram na quarta-feira ter cercado "operacionalmente" Severodonetsk.
Stryuk disse hoje que a estrada principal entre a cidade vizinha de Lysychansk e Bakhmut, a sudoeste, continua aberta, mas que a viagem é perigosa.
Apenas 12 pessoas conseguiram deixar Severodonetsk na quinta-feira, acrescentou o autarca.
Severodonetsk é um ponto administrativo e estratégico do ponto de vista da logística militar.
A cidade está localizada a mais de 80 quilómetros a leste de Kramatorsk, que se tornou o centro administrativo de Donbass, desde que os separatistas apoiados por Moscovo tomaram controlo da região.
A guerra na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,6 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A ONU confirmou na quinta-feira que 3.974 civis morreram e 4.654 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.