Presidente da República e chefe do governo acumulam a função recíproca de porta-voz
Afinal, até parece sucessão de factos inevitáveis… Um, porta-voz do outro e vice-versa…
Em tempo de pandemia da Covid-19 as mais alevantadas entidades do Estado parecem estar empenhadas em distrair e surpreender a malta dos indígenas do solo pátrio.
Há dias, foi a indicação de Sua Excelência Presidente Marcelo Rebelo Sousa, de que assumira a importante função de porta-voz do distinto Chefe do Governo António Costa; hoje, o Exm.º Chefe do Governo, António Costa, informou, o respeitável público do circo político, de que tomara o não menos relevante encargo de porta-voz de Sua Excelência Presidente Marcelo e se permitia anunciar a próxima visita desta ilustre personalidade nacional a Kiev, pois que aceitara o respectivo convite do Presidente Zelensky, da Ucrânia.
Assim, de forma simplista e inédita, se operou uma interessante alteração de protocolo do Estado - que é coisa nunca vista em Portugal e no Mundo.
No enviesado quadro de repartição de funções, representações, assimilações e de adulterações, exposto na pública praça das celebrações intempestivas e absurdas que persistem em território alfacinha; ficam os portugueses predispostos de, a qualquer dia no decurso do nosso continuado infortúnio colectivo, serem pateticamente surpreendidos pela notícia de que ao Sr. Duarte Pio de Bragança lhe fora conferido o sublime encargo de porta-voz da República Portuguesa e de Suas Excelências Presidente Marcelo Rebelo de Sousa e Chefe do Governo, António Costa.
Antevê-se que sejam tarefas a mais para uma só criatura. Todavia é de supor que a real pessoa se desempenhará delas com a habitual desenvoltura e brilho oratório que lhe é habitual e que tem o condão de, bastantes vezes, provocar esfuziantes risos nos ouvintes e nos leitores das suas inesquecíveis entrevistas e perorações, muitíssimo coloridas de tons e sons monárquicos…
Vade retro, Satanás!
Brasilino Godinho