Deputado da IL acusa Santos Silva de "falta de independência" na condução dos trabalhos
O deputado da Iniciativa Liberal Carlos Guimarães Pinto acusou hoje o presidente da Assembleia da República de "falta de independência" na condução dos trabalhos durante a discussão na especialidade do Orçamento do Estado.
Depois de uma intervenção sobre IRS, Carlos Guimarães Pinto pediu a palavra, primeiro para uma interpelação à mesa, dizendo querer "distribuir literatura sobre o efeito que a inflação tem" na receita fiscal e preparava-se para continuar no uso da palavra, mas para responder a um deputado do PS.
O presidente da Assembleia da República interrompeu-o para que explicasse qual era o teor da intervenção que iria fazer em seguida, acrescentando que "a Assembleia da República não é a escola", o que motivou um protesto por parte do deputado da IL.
"Na última terça-feira foi distribuída literatura sobre o que era hipocrisia e ninguém veio dizer aqui que não estávamos numa escola", afirmou, referindo-se a uma iniciativa da bancada do PS, na altura em resposta ao Chega.
Carlos Guimarães Pinto admitiu não conhecer tão bem o Regimento como Augusto Santos Silva, mas deixou uma crítica.
"Algures lá vem a exigência de que o presidente da Assembleia da República seja minimamente independente e nos últimos dois dias não temos visto isso aqui e este foi apenas mais um exemplo dessa falta de independência. Já temos uma maioria absoluta, era importante que tivéssemos um presidente da Assembleia da República que fosse isento e que fosse independente", afirmou.
Santos Silva não respondeu ao conteúdo da crítica, pedindo apenas aos serviços que descontassem o tempo do "protesto" de Guimarães Pinto, para que este mantivesse os segundos antes disponíveis para concluir a sua intervenção sobre IRS.
"Para não haver interpelações à mesa sobre demasiada liberalidade na concessão da palavra", ironizou, depois da na véspera ter dado a palavra ao deputado Rui Tavares, do Livre, quando este já não dispunha de tempo, e ter recebido protestos do PCP e do PSD.