EUA querem votar na ONU endurecimento de sanções contra a Coreia do Norte
Os Estados Unidos vão promover uma votação, no Conselho de Segurança da ONU, para endurecer as sanções contra a Coreia do Norte, após o disparo de um míssil balístico intercontinental por Pyongyang, revelou esta quarta-feira um alto funcionário norte-americano.
O alto funcionário, que falou com a agência France-Presse (AFP) sob a condição de anonimato, explicou que Washington espera "nos próximos dias" avançar com uma votação de uma resolução que restringiria de forma dura as importações de petróleo a Pyongyang.
No entanto, fontes diplomáticas indicaram que a Rússia e a China podem usar o seu direito de veto.
A fonte norte-americana também apontou que uma resolução do Conselho de Segurança da ONU de 2017, aprovada por unanimidade, pedia sanções adicionais para a Coreia do Norte no caso de um lançamento de míssil balístico intercontinental.
"Essa foi uma das condições daquela resolução. Foi exatamente o que aconteceu e é por isso que achamos que agora é a hora de agir", sustentou.
Os Estados Unidos ocupam a presidência do Conselho de Segurança até ao final do mês.
O alto funcionário norte-americano recusou-se a comentar sobre um potencial veto de Moscou e Pequim, mas realçou que espera um forte apoio.
"Acreditamos que esta resolução será fortemente apoiada porque é uma questão de profunda importância para nós, obviamente, e para nossos aliados no Japão e Coreia do Sul", frisou.
O projeto de resolução pede uma redução dos atuais quatro milhões de barris de petróleo para os três milhões de barris, a quantidade que a Coreia do Norte pode importar legalmente a cada ano para uso civil.
A medida também reduziria as importações de petróleo refinado, de 500.000 para 375.000 barris.
A resolução também imporia mais sanções às exportações norte-coreanas, incluindo relógios ou combustíveis minerais.
A Coreia do Norte testou esta quarta-feira, num curto espaço de tempo, três mísseis, entre os quais um balístico intercontinental.
Os testes ocorreram horas depois da partida daquela região do Presidente norte-americano, Joe Biden, que visitou a Ásia, em particular, para reafirmar o seu apoio a Seul e Tóquio, perante a ameaça nuclear por Pyongyang.
Os lançamentos elevam para 17 o número total de testes deste tipo realizados este ano pelo regime norte-coreano e, segundo Seul, incluíram o de um míssil balístico intercontinental (ICBM) que poderá ser o Hwasong-17, um modelo norte-coreano novo considerado entre os maiores do mundo do seu tipo.