Brasil acusa França e Bélgica de atrasarem entrada do país na OCDE
O ministro da Economia do Brasil acusou hoje, em Davos, França e Bélgica de estarem a atrasar a entrada do país na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) para protegerem os seus interesses agrícolas.
"A Bélgica e a França ficam retardando o acesso do Brasil à OCDE porque são protecionistas com sua agricultura. Conversando com eles dissemos: nos aceitem antes que se tornem irrelevantes para nós", afirmou Paulo Guedes, em Davos, Suíça, durante o Fórum Económico Mundial, citado na imprensa local.
O ministro da Economia do Brasil afirmou ainda que a Europa devia defender uma maior cooperação com a América Latina.
"Eu disse aos europeus que eles perderam a Rússia e agora perderão a América Latina. E estarão sozinhos com eles mesmos, se não entenderem que precisam de se integrar com os que ficaram para trás", frisou.
O responsável brasileiro, um dos países que mais exporta produtos agrícolas no mundo, frisou ainda que o país pode e quer ser solução contra a rutura das cadeias globais de produção devido à Covid-19 e à guerra na Ucrânia.
Em janeiro, a OCDE anunciou a abertura das negociações para a adesão do Brasil, contudo várias organizações não-governamentais têm questionada esta adesão porque, segundo as mesmas, o país não cumpre requisitos ambientais, nem de direitos humanos.
Na terça-feira, em declarações a um portal conservador do Brasil, Bolsonaro afirmou estar confiante de que o processo de adesão estará concluído "em dois três anos".
Entre os 35 membros da OCDE estão quatro países latino-americanos: México, que aderiu em 1994; Chile, em 2020; Colômbia, em 2020, e Costa Rica, em maio de 2021.
Para além do Brasil, a OCDE abriu negociações de adesão à Argentina, Perú, Bulgária, Croácia e Roménia.