Bolsonaro veta reconhecimento de psiquiatra pioneira como 'heroína do Brasil'
O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, vetou hoje um projeto e lei aprovado pelo Congresso que indicava a inclusão da psiquiatra Nise da Silveira, pioneira em tratamentos humanizados para doentes mentais, no "Livro de Heróis e Heroínas da Pátria".
"O Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, destina-se ao registro perpétuo do nome dos brasileiros e brasileiras ou de grupos de brasileiros que tenham oferecido a vida à Pátria, para sua defesa e construção, com excecional dedicação e heroísmo", lê-se na nota publicada no Diário Oficial da União.
"Não é possível avaliar, nos moldes da referida Lei, a envergadura dos feitos da médica Nise Magalhães da Silveira e o impacto destes no desenvolvimento da Nação, a despeito de sua contribuição para a área da terapia ocupacional", acrescentou o Presidente Brasileiro.
O projeto de lei que previa Silveira no livro emblemático foi uma iniciativa da Congressista Jandira Feghali, líder do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), e foi aprovado pelo Senado, em última instância, a 24 de Abril.
Silveira (1905-1999), discípula de Carl Gustav Yung, foi pioneira na defesa de tratamentos humanizados para doentes com perturbações mentais nos anos 40, quando métodos como eletrochoque, lobotomia, insulinoterapia e confinamento total em hospícios eram comuns na altura, que são hoje questionados e até proibidos.
A psiquiatra desenvolveu um importante trabalho de terapia ocupacional, especialmente com artes e pintura, na chamada Casa das Palmeras, instituição que fundou em 1956 no Rio de Janeiro e que alcançou grande reconhecimento internacional.