Diz o povo, e o povo tem sempre razão, que quem não gosta, não estraga. Lembrei-me do adágio a propósito do modelo de oposição em curso em Santa Cruz, liderado por aquela coligação de interesses entre PSD e CDS, a que deram o nome de Cumprir Santa Cruz.

Um nome curioso, porque se há coisa que esta gente nunca fez foi cumprir. Não cumpriram o que deviam cumprir enquanto cá estiveram, nem cumprem agora enquanto oposição.

Enquanto cá estiveram deixaram a herança que se sabe e da qual não gostam de ouvir falar. Enquanto oposição, não se lhes conhece, nos últimos oito anos, qualquer proposta, qualquer ideia, ou qualquer defesa dos interesses do concelho de Santa Cruz.

E perante este nada, o que resta a esta gente fazer? Resta tentar estragar o que supostamente não gostam, e criticar o que nunca fizeram.

Criticam os projetos de reabilitação urbana como a promenade dos Reis Magos e o Largo da Achada. E não só criticam como até tentaram com que estes investimentos não fossem para a frente, recorrendo a abaixo-assinados, jogos de bastidores e outras bizarrias desonestas à moda de quem se julga dono disto tudo.

Criticam as pequenas cirurgias, colocam defeitos nas bolsas de estudo, lançam suspeitas na reabilitação urbana. Tudo medidas que nunca implementaram nos mais de 30 anos em que estiveram no poder em Santa Cruz.

30 anos durante os quais as pessoas que hoje precisam de ajuda na saúde, na educação, na reabilitação das suas habitações foram esquecidas por esta gente que hoje continua só a criticar de fora. A criticar sem qualquer legitimidade porque falam de medidas que não tiveram paralelo durante os mandatos em que foram poder em Santa Cruz.

Mas, mesmos não tendo feito o que hoje se faz, até como oposição poderiam estar a fazer melhor. Poderiam, por exemplo, e já que pertencem aos mesmos partidos que estão no poder ao nível do Governo Regional, usar a sua influência e proximidade para resolver o dossier terrenos da Cancela a favor do povo de Santa Cruz, podiam sensibilizar o Governo para pagar o que deve e reteve do IRS que pertence aos santacruzenses, podiam sensibilizar esse mesmo Governo a não discriminar este concelho nos contratos-programa ou no acesso aos fundos europeus. Mas não, preferem estragar o que está a ser bem feito, preferem ignorar aqueles que são os interesses do povo desta terra, em favor de jogadas político-partidárias que não beneficiam ninguém, nem os próprios.