O efeito da pandemia e a guerra que está a afectar a Europa estão a comprometer a produção de uma série de componentes para os automóveis, o que tem levado a uma escassez na entrega de novos carros. No entanto, devido a este factor, o mercado dos usados está a crescer, conforme explicou Rui Barreto, secretário regional da Economia, durante a visita à Feira dos Automóveis Usados, que decorre no Madeira Tecnopolo.

“Isto traduz-se num problema, porque existe procura mas não existe oferta para satisfazer as necessidades do mercado. Por isso, o mercado tem-se voltado mais para as viaturas usadas e até tem valorizado este tipo de veículos”, afirmou. 

Na mesma ocasião, o governante também destacou que a primeira fase do PRIME-RAM 2022, programa que visa apoiar o incentivo da compra de veículos eléctrios na Região, foi um “sucesso”.

“Apoiamos 650 veículos eléctricos e pretendemos durante o terceiro trimestre deste ano abrir a segunda fase com mais meio milhão de euros para incentivar a aquisição deste tipo de viaturas que são ecológicas e que existem cada vez mais aqui”, afirmou, destacando que a Madeira é, provavelmente, a região do país que tem mais viaturas deste tipo, proporcionalmente ao número de veículos existentes.

Por seu turno, Duarte Reis, presidente da mesa da ACIF-CCIM, sublinhou que o preço dos carros não está mais caro, mas sim que existe uma menor desvalorização, à volta dos 10%, dos mesmos. "Face ao período anterior da pandemia, o que aconteceu foi que antes um carro podia desvalorizar um x valor e agora vai desvalorizar menos, porque as pessoas têm menos carros", explicou.

Sobre o Mercado de Automóveis de Usados, que decorre até domingo com entrada gratuita, o representante da organização, afirmou que as expectativas são altas. "Visto que estamos na fase pós-covid e voltamos aqui à nossa casa, que é o Tecnopolo, um local que os clientes têm muito apreço, a expectativa é boa. Temos aqui nove empresas presentes e cerca de 170 carros em exposição", frisou, explicando que existem carros à venda com valores entre os três e os setenta mil euros. 

"Costumamos vender bem nestas feiras e devido ao pós-covid, à apetência que as pessoas têm pelos carros e ao estigma de que não há carros para entrega, acho que a afluência a este mercado será elevada", concluiu.