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Corpos de quatro mineiros soterrados desde Abril recuperados no Burkina Faso

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Os corpos de quatro mineiros, entre os oito que ficaram soterrados a centenas de metros de profundidade numa mina de zinco no Burkina Faso, foram recuperados pelos socorristas, após 39 dias de intensas buscas, segundo o Governo.

O desaparecimento dos mineiros suscitou grande emoção entre a opinião pública do país, sendo criada uma linha de solidariedade para os parentes das vítimas.

O porta-voz do Governo, Lionel Bilgo, emitiu um comunicado em que lamentou as mortes e confirmou que as operações de busca continuam, com o objetivo de encontrar os restantes mineiros.

Apresentou ainda "sinceras condolências às famílias das vítimas, aos trabalhadores, aos responsáveis da mina e às comunidades locais".

"(O Governo do Burkina Faso) saúda o trabalho incansável das equipas de resgate e agradece a todos os intervenientes a boa vontade mobilizada em espírito de solidariedade desde o início das operações", acrescentou Bilgo.

O óbito das quatro vítimas encontradas foi declarado na terça-feira pelo procurador do tribunal de grande instância de Koudougou, na região do Centro-Oeste, segundo a agência noticiosa France-Presse.

Os oito mineiros - um tanzaniano, um zambiano e seis burquinabés - ficaram presos em 16 de abril, depois de chuvas torrenciais terem inundado as galerias subterrâneas da mina de zinco em que trabalhavam, a 700 metros debaixo de terra.

Explorada pela empresa canadiana Trevali Mining, a jazida situa-se na cidade de Perkoa, a uma centena de quilómetros a oeste da capital, Ouagadougou.

Os socorristas não conseguiram estabelecer qualquer contacto com os soterrados, mas esperavam encontrá-los na câmara de refúgio de uma galeria a 580 metros de profundidade, onde se armazenavam 'kits' de sobrevivência com água, alimentos e medicamentos.

Porém, encontraram a câmara vazia em 17 de maio, decrescendo bastante as esperanças de recuperar as vítimas vivas.

O porta-voz das suas famílias, Antoine Bama, lamentou: "Não temos as notícias que esperávamos, não é nada fácil".

Bama e os familiares próximos dos mineiros deslocavam-se todos os dias ao local "para se apoiar, consolar e acompanhar de perto a evolução das operações".

Desde 16 de abril, as equipas de resgate bombearam cerca de 165 milhões de litros da água que inundou as galerias.

Em 1 de maio, o Governo do Burkina Faso anunciou o início de uma investigação judicial para esclarecer os pormenores deste incidente e proibiu os responsáveis pela mina de saírem do país como medida de precaução.

Por sua vez, as famílias de seis mineiros apresentaram uma denúncia contra uma parte desconhecida por "tentativa de homicídio involuntária", "colocar em risco a vida de terceiros" e "não assistência a uma pessoa em perigo".