Boa Noite

Inércia

Há muito que há solução para a massificação nos percursos pedestres mais procurados da Madeira. Faltou foi pô-la em prática

Boa noite!

Há uns seis anos, quando num domingo quente de Junho decidimos fazer a levada entre as Queimadas e o Caldeirão Verde, ficámos atónitos com a quantidade de gente que encontrámos ao longo de percurso. Em conversa  entre amigos, decidimos propor a quem manda a adopção de medidas que favorecessem a utilização sustentável do nosso património natural, prevenissem para males maiores e acautelassem uma utilização prudente dos nossos trilhos.

Não sei o que fizeram com as sugestões, nem me parece sequer útil apontar o dedo aos eventuais desleixados. O que sei é que várias soluções com o mesmo propósito já foram apresentadas a quem de direito e em tempo oportuno, mas nunca postas ao serviço da natureza e do destino.

Hoje lemos que os guias de montanha lamentam que a massificação nos percursos pedestres mais procurados da Madeira esteja a degradar a qualidade do destino.  E que o Instituto de Florestas se prepara para contar o número de visitantes no Rabaçal e limitar os acessos diários aos locais mais concorridos pode ser solução.

Ainda no passado domingo fiz questão de alertar para a necessidade de coerência entre os esforços de promoção do destino de qualidade e os serviços disponibilizados com limitações que não se compadecem com a reputação mundial já alcançada. Este, mais ambiental do que turístico, é um dos muitos desta dicotomia e não se resolve fechando o aeroporto ou taxando cada quilómetro de percursos recomendados ou alternativos.

Não temos turistas a mais na Madeira, até porque com os devidos licenciamentos de operação há hotéis para encher, transportes para rentabilizar e animação para facturar. O problema é outro, de inércia localizada. Por isso, convém dar corda aos sapatos antes que o melhor que a ilha tem e o mundo aprecia se torne como o Nacional, ou seja, irrelevante.