Rússia proíbe 154 membros da Câmara dos Lordes britânica de entrar no país
A Rússia proibiu hoje 154 membros da Câmara dos Lordes, a câmara alta do parlamento britânico, de entrar no país, como medida de retaliação às sanções impostas por Londres contra o Conselho da Federação russa.
"Em resposta à decisão tomada em março pelo Governo do Reino Unido de elaborar uma lista de sanções relativas a quase todo o Conselho da Federação, estão a ser introduzidas restrições contra 154 membros da Câmara dos Lordes", referiu o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, numa declaração.
Entre os visados está o conservador William Hangue, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, ao contrário do empresário russo Evgeni Lebedev, filho do bilionário e antigo agente dos serviços secretos da União Soviética (KGB) Alexander Lebedev, que foi nomeado para a Câmara dos Lordes em 2020, com direito a assento no parlamento, e que ficou fora da lista.
"As pessoas que estão agora impedidas de entrar no nosso país contribuíram para o desenvolvimento das sanções anti-Rússia de Londres, que se destinam a isolar politicamente a Rússia e destruir a sua economia, usaram a sua autoridade para suprimir a histeria anti-Rússia no Reino Unido e encorajaram a tendência política russófoba dos conservadores britânicos", adiantou o ministério.
Em abril, a Rússia já tinha proibido a entrada no país de 287 membros da Câmara dos Comuns (câmara baixa), ao primeiro-ministro Boris Johnson e a vários outros altos funcionários britânicos.
O Reino Unido diz ter sancionado mais de mil pessoas e 100 entidades, incluindo oligarcas russos, medidas sancionatórias avaliadas em mais de 117 mil milhões de libras (137 mil milhões de euros).
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas -- cerca de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,3 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.