Director da OMS defende que organização precisa de melhor financiamento
O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Ghebreysus, defendeu hoje que a pandemia de covid-19 provou que é preciso que este organismo seja mais forte e mais bem financiado.
Perante os ministros da Saúde de mais de cem países, que se reuniram pessoalmente pela primeira vez desde 2019, na reunião anual da organização, Tedros analisou as conquistas da OMS no seu primeiro quinquénio, apresentando os objetivos para o segundo, que começará com a sua reeleição como diretor-geral, na terça-feira.
"O mundo precisa de uma OMS mais forte, mais empoderada e mais bem financiada", Ghebreysus, lembrando que nos últimos anos "houve inúmeros apelos para mudar a organização".
"É necessário um novo modelo de funcionamento, fazendo de uma organização fragmentada uma mais integrada e ágil", esclareceu o responsável máximo da OMS, acrescentando que a pandemia de covid-19 pôs à prova o caminho de transformação.
Tedros Ghebreysus enunciou vários avanços alcançados na saúde global, nos últimos anos, como o avanço no combate ao tabaco, álcool ou bebidas açucaradas, já que dois terços dos países membros introduziram impostos sobre alguns desses produtos ou aumentaram os existentes.
Também o número de trabalhadores na área da saúde aumentou globalmente 29% desde 2013, embora ainda se estime que faltem mais 15 milhões de profissionais, sublinhou o responsável da OMS.
Tedros Ghebreysus citou como uma das grandes conquistas dos últimos cinco anos o facto de o mundo ter fornecido pela primeira vez uma vacina contra a malária, que foi inoculada em mais de um milhão de crianças no Gana, Quénia e Maláui.
A resposta à crescente ameaça da resistência microbiana aos antibióticos aumentou, triplicando o número de países que partilham e analisam informação sobre aquele que é um dos grandes problemas de saúde para o futuro, acrescentou o diretor-geral da OMS.
Na véspera do início do seu segundo mandato, Tedros Ghebreysus citou grandes desafios a serem enfrentados, como a violência física e sexual sofrida por um terço das mulheres no mundo, ou o aumento dos problemas psicológicos, com uma subida de 28% nos casos de depressão e 26% de ansiedade, durante a pandemia de covid-19.