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Rússia pede informações à Cruz Vermelha sobre prisioneiros de guerra

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A Rússia pediu informações ao Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) sobre os prisioneiros de guerra russos na Ucrânia e ajuda para que possam ser visitados, anunciou hoje a Provedora de Justiça russa, Tatiana Moskalkova.

"Contactámos o presidente do CICV, Peter Maurer, para obter informações sobre os prisioneiros de guerra russos e para sermos autorizados a visitá-los", disse Moskalkova, citada pela agência russa Interfax.

Segundo Moskalkova, até agora não há "nenhuma informação" sobre os militares russos capturados pelas forças ucranianas, apesar dos pedidos enviados à Cruz Vermelha sobre o assunto.

"Nem nós, nem os seus familiares sabemos quem os representantes do CICV visitaram e em que estado físico e psicológico se encontram", disse Moskalkova, segundo a agência espanhola EFE.

Moskalkova referiu que visitou, em abril, 30 prisioneiros de guerra ucranianos numa unidade da frota do Mar Negro para verificar se os direitos estavam a ser respeitados ao abrigo da Convenção de Genebra sobre o Tratamento dos Prisioneiros de Guerra.

Disse que a Rússia também apoiou o trabalho do CICV no registo dos prisioneiros ucranianos, incluindo os militares do batalhão Azov que foram retirados da fábrica de Azovstal, na cidade portuária de Mariupol, entre 17 e 20 de maio.

"Será muito doloroso perceber que uma organização tão respeitada como o CICV, tendo esquecido os princípios universais do humanismo, como muitas outras estruturas internacionais, é guiada por dois pesos e duas medidas em relação aos nossos prisioneiros", acrescentou, segundo a Interfax.

Em abril, o Ministério da Defesa da Rússia acusou a Ucrânia de maltratar os prisioneiros de guerra russos e exigiu o acesso imediato dos representantes de organizações internacionais aos detidos.

Desconhece-se o número de soldados capturados pelas tropas russas e ucranianas desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro.

O CICV anunciou hoje que verificará as condições e tratamento dos militares que se renderam na fábrica de Azovstal e se estão a ser mantidos como prisioneiros de guerra pelas autoridades russas.

A prioridade do CICV é verificar as condições de detenção e tratamento dos prisioneiros de guerra, evitar que desapareçam e manter contacto com as suas famílias, disse a porta-voz da organização, Mirella Hodeib, citada pela agência ucraniana Ukrinform.

Hodeib especificou que, ao registar prisioneiros de guerra, a organização pode proteger esses soldados do risco de desaparecerem.

A porta-voz acrescentou que não serão divulgadas informações sobre os militares que saíram do complexo siderúrgico de Azovstal e que foram registados pelo CICV.

A Rússia anunciou, na sexta-feira, que mais de 2.400 militares ucranianos se renderam em Azovstal e divulgou alguns vídeos e fotos, especialmente de feridos em hospitais, mas desconhece-se o local para onde foram transferidos.

A última troca de prisioneiros entre a Rússia e a Ucrânia ocorreu no início de maio, e abrangeu 41 ucranianos capturados pelas forças russas, incluindo 11 mulheres, de acordo com fontes oficiais em Kiev.

Além do número de prisioneiros de guerra, desconhece-se quantos civis e militares foram mortos em três meses de guerra na Ucrânia.