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Comentador Marques Mendes diz que Governo quer abstenção do PSD-Madeira

Foto Arquivo/Gerardo Santos/Global Imagens
Foto Arquivo/Gerardo Santos/Global Imagens

O comentador político e ex-presidente do PSD, Luís Marques Mendes, garantiu ontem à noite que além de estar a preparar cedências aos municípios, ao PAN e ao Livre, o Governo da República também vai votar favoravelmente propostas de alteração ao Orçamento de Estado para 2022, apresentadas pelos deputados do PSD-Madeira. O objectivo é conseguir com que se abstenham na votação final global do OE 2022, isto a poucos dias das eleições directas no PSD nacional para eleger o novo líder.

"Ganhe Montenegro ou Moreira da Silva, Mendes avisa: 'A vida do novo líder do PSD vai ser simultaneamente um inferno e uma oportunidade'. A oportunidade passa por ganhar as europeias", acrescenta, citado pelo Expresso no seu comentário de domingo à noite na SIC-Notícias.

No artigo de resumo do reconhecido espaço de comentário televisivo, o Expresso diz que Marques afirmou que "o OE vai aceitar várias exigências do PSD/Madeira", incluindo a "extensão até 2023 das licenças na Zona Franca da Madeira" (desde Janeiro de 2022, a SDM - Sociedade de Desenvolvimento da Madeira está impossibilitada de aceitar o registo de novas empresas).

"Daqui se podem retirar algumas conclusões políticas, disse o comentador político: 'O Governo está a tentar exibir uma imagem de abertura e diálogo. O objectivo é tentar a abstenção do Livre, do PAN e até, se possível, dos deputados do PSD/Madeira. Tudo para evidenciar que o OE não se esgota na maioria absoluta do PS' - mesmo sem ceder nem nos objetivos de défice e dívida, nem numa atualização mais visível das pensões mais baixas face à inflação - que Marques Mendes considerou 'uma opção errada'", frisa o jornal.

E acrescenta: "No caso do PSD/Madeira, uma abstenção (que o líder parlamentar do PSD já pediu que não acontecesse), acontecia numa altura chave: é que o PSD escolhe no próximo sábado o seu novo líder. E Mendes, também ele ex-líder do partido, já foi avisando: 'A vida do novo líder do PSD vai ser simultaneamente um inferno e uma oportunidade'. Inferno porque 'o novo líder não tem lugar na AR', 'porque a direita está muito fragmentada' e 'porque muitos anos de oposição geram desmobilização e desertificação'. Mas também há oportunidade, visto que 'o PSD vai finalmente unir-se (ganhe quem ganhar, vai fazer o 'rassemblement' do PSD e chamar o seu adversário a colaborar)” e porque o Governo começará a acusar desgaste, disse."