O Crescimento Económico – Oportunidades e Desafios
A ACIF elegeu o Crescimento Económico como tema central do debate inserido no programa do Dia do Empresário Madeirense deste ano. E em boa hora o fez!!
Com efeito, salvo melhor opinião, o Crescimento Económico é – a par com o Défice Demográfico – o maior desafio com que Portugal se encontra/encontrará confrontado nos anos vindouros. Sucede que, em qualquer dos casos, nada (ou quase nada) de sério e/ou consistente está a ser feito, ou, pelo menos, planeado. Antes pelo contrário, tudo está a ser (ou a tentar ser) ocultado/aldrabado.
Em concreto, embalados na narrativa/propaganda oficial, os Portugueses estão “extasiados” com as previsões que apontam para que, em 2022, o crescimento do PIB face a 2021 possa atingir 5,8%. Naturalmente, os “ideólogos do regime” omitem os dados e a comparação que realmente interessam, designadamente, que Portugal foi dos países que mais perdeu/regrediu durante a pandemia – pior, só mesmo Espanha – e o crescimento real/efectivo face a 2019.
É que, se assim fosse, perceber-se-ia, que, no final de 2022, Portugal estará, na melhor das hipóteses, um pouco mais “rico” (1,7%) do que estava no final de 2019, registando o 8.º pior desempenho homólogo/real dos 27 países que integram a União Europeia. Na verdade, descontada a Irlanda, que deverá crescer 26,7%, a maioria dos restantes países deverá registar crescimentos reais de 4,1% a 7,4%.
É caso para dizer: que belo “milagre” o nosso!!
Mas, se alargarmos o alcance das previsões até ao ano 2027, percebemos que, dos 17 países que estão abaixo da média de União Europeia, Portugal poderá ser ultrapassado por 13 países, apenas ficando atrás de Chipre, Espanha e Itália, e sendo superado por todos os países da Europa do Leste, bem como pela – “infame” – Grécia.
Aliás, a generalidade dos indicadores económicos revela que Portugal já deixou de estar – e, no futuro, não estará – no pelotão da frente da “Liga da União Europeia”, antes tendo passado a disputar a “lanterna vermelha” do campeonato do desenvolvimento económico com alguns – cada vez menos – países da Europa do Leste.
Ora, o simples facto de, em 2022, o nosso termo de comparação serem os países da Europa do Leste, é bem revelador do nível do fracasso das políticas e dos modelos de governação e de desenvolvimento que têm vindo a ser adoptados em Portugal, pelo menos, nas 2 últimas décadas…
Na verdade, convém relembrar que Portugal foi o 11.º país a aderir à então CEE. Estávamos no ano de 1986. Por sua vez, os países da denominada “Europa do Leste”, que apenas se livraram do jugo da União Soviética a partir do ano de 1991, começaram a aderir à União Europeia em 2004, ou seja, “apenas” 18 anos depois de Portugal. E com apenas 18 anos (ou menos) de permanência na “Primeira Liga” da Europa, os mesmos, na prática, já conseguiram alcançar/obter o que Portugal alcançou/obteve em 36 anos. Imagine-se onde/como estarão – e como nós estaremos – daqui a outros 18 (ou menos) anos…
Felizmente, vem aí a “bazuca” – mais uma a juntar às muitas que sucessivamente “atingiram” Portugal desde 1986 – que será integralmente consumida como tão bem sabemos fazer e de acordo com a receita de sucesso nacional. Ou seja, num sector público caduco, acomodado e hipertrofiado, em empresas públicas insolventes e improdutivas e em “investimentos” públicos megalómanos, de utilidade duvidosa e com rentabilidade ruinosa.
Vai, seguramente, ficar/continuar tudo bem!!