Quase 300 localidades colombianas ameaçadas por grupos armados para as eleições
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Perto de 300 localidades da Colômbia estão sob ameaça de violência de grupos armados para as eleições presidenciais no dia 29 de maio, alertou sexta-feira o Provedor de Justiça num relatório.
De acordo com o documento publicado na noite de quinta-feira, 290 municípios "apresentam um risco extremo e elevado de um ato violento" por parte destes grupos armados.
Segundo o Provedor de Justiça, esta ameaça de violência é "consequência da intensificação das ações" dos narcotraficantes do Clã do Golfo e dos guerrilheiros do ELN (Exército de Libertação Nacional).
Esta violência em ascensão é particularmente assinalada no norte e noroeste do país, nos "departamentos de Magdalena, Córdoba, Sucre, Bolívar, Choco e Antioquia", segundo a Provedoria de Justiça.
No total, são 27 dos 32 departamentos da Colômbia que representam um risco, com os habituais epicentros da violência por traficantes e grupos armados: Cauca, Valle del Cauca, Narino, Meta, Putumayo...
Face ao aumento desta violência, o Gabinete do Provedor de Justiça recomenda "a implementação de ações extraordinárias para a proteção das comunidades pelas instituições". O Estado deve fazer mais "para garantir as condições de segurança necessárias à participação nas eleições" para que "as pessoas possam votar nas zonas rurais".
Antes das eleições legislativas de março passado, o Governo colombiano lançou um importante dispositivo de segurança, denominado "Plano para a Democracia" para garantir o bom funcionamento desta eleição, bem como das eleições presidenciais em 29 de maio.
Na semana passada, o ministro da Defesa, Diego Molano, assegurou que, ao abrigo deste plano, cerca de 200.000 polícias e militares serão destacados para garantir a segurança de mais de 12.000 mesas de voto.
Desde o início do ano, 76 líderes sociais ou comunitários foram assassinados e 133 pessoas morreram em vários massacres, segundo a ONG colombiana Indepaz.
Após a extradição, no início de maio, para os Estados Unidos do seu líder "Otoniel", o Clã do Golfo impôs também nas suas fortalezas no norte do país um "ataque armado" que paralisou toda a atividade durante vários dias, com ataques à polícia e vários assassinatos de civis.