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Mortalidade e ocupação em cuidados intensivos aumentam

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A mortalidade específica por covid-19 subiu para os 32,5 óbitos por um milhão de habitantes e a ocupação de cuidados intensivos aumentou para 32,9% do limiar crítico de 255 camas ocupadas, segundo o relatório sobre a pandemia hoje divulgado.

De acordo com o documento da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a mortalidade em 14 dias por um milhão de habitantes, que na semana anterior estava nas 26,1 mortes, apresenta agora uma "tendência crescente" e continua a ser superior ao limiar de 20 óbitos definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC).

Apesar deste aumento, o relatório refere que a "mortalidade por todas as causas encontra-se ainda dentro dos valores esperados para a época do ano, o que indica um reduzido impacto da pandemia na mortalidade" em Portugal.

Quanto à pressão sobre os serviços de saúde, os dados da DGS e do INSA indicam que os 84 doentes em cuidados intensivos na segunda-feira correspondiam a 32,9% do limiar definido como crítico de 255 camas ocupadas, quando na semana anterior este indicador estava nos 23,1%.

"O número de doentes internados em unidades de cuidados intensivos apresentou uma tendência crescente (mais 42% em relação à semana anterior)", refere o relatório sobre a evolução da pandemia, ao avançar ainda que os hospitais da região Norte são os que apresentam maior ocupação na medicina intensiva, estando a 53% do nível de alerta estipulado em 75 camas.

A autoridade de saúde adianta também que se registou uma tendência crescente da ocupação hospitalar por casos de covid-19, com um total 1.450 internados na segunda-feira, mais 20% em relação ao mesmo dia da semana anterior.

A DGS e o INSA indicam ainda que a percentagem de testes positivos, entre 10 e 16 de maio, foi de 50,4%, também com tendência crescente, tendo-se registado um aumento do número de despistes do coronavírus SARS-CoV-2 que passou de cerca de 265 mil para mais de 355 mil.

"Observou-se uma tendência crescente da incidência cumulativa a sete dias por 100 mil habitantes em todos os grupos etários", refere o documento, que adianta que a faixa entre os 10 aos 19 anos de idade foi a que apresentou este indicador mais elevado, com 1.992 casos.

Para este aumento da incidência "poderão ter contribuído fatores que incluem a redução da adesão a medidas não farmacológicas, o período de festividades e o considerável aumento de circulação de variantes com maior potencial de transmissão", considera o relatório.

Quanto às linhagens da variante Ómicron, o INSA e a DGS estimam que a BA.5, que tem mutações adicionais com impacto na entrada do vírus nas células humanas e ou na sua capacidade de evadir a resposta imunitária, seja dominante em Portugal, sendo responsável por 63,6% das infeções, devendo atingir uma frequência de cerca de 80% já no domingo.

"O aumento da incidência pode continuar a contribuir para uma maior procura de cuidados de saúde e o aumento da mortalidade, em especial nos grupos mais vulneráveis", alertam a DGS e a INSA, que aconselham a ser mantida a vigilância da situação epidemiológica da covid-19 e recomendam "fortemente o reforço das medidas de proteção individual e a vacinação de reforço".