Menos 30% de seropositivos em tratamento na Ucrânia devido à guerra
O número de seropositivos em tratamento com antirretrovirais na Ucrânia, o segundo país europeu com a maior prevalência do vírus VIH, baixou 30% com a guerra, alertou hoje o Programa Conjunto das Nações Unidas para a VIH/SIDA (ONUSIDA).
O organismo advertiu também que 39 estabelecimentos de saúde que, antes da guerra, ofereciam tratamentos e serviços de prevenção para o VIH/Sida estão agora encerrados e noutros locais as atividades foram suspensas ou estão em funcionamento intermitente.
"Embora vários parceiros tenham garantido um stock suficiente de medicamentos contra o VIH/Sida na Ucrânia, a distribuição destes medicamentos às pessoas necessitadas dentro do país continua a ser um grande desafio", afirmou a porta-voz da agência das Nações Unidas, Sophie Barton, numa conferência de imprensa.
A guerra levou à interrupção total dos serviços de despistagem do VIH no país, especialmente nas zonas orientais, onde o conflito se intensificou.
Nas cidades de Kharkiv, Mariupol, Donetsk, Lugansk, Slavyanka e Kherson, os serviços de cuidados de saúde para pessoas com VIH ficaram completamente devastados, levando à fuga do país de 30 mil seropositivos, calculou a ONUSIDA.
"O número de pessoas que solicitaram terapia antirretroviral nos países de acolhimento foi de cerca de 3 mil em meados de abril, e começou a aumentar à medida que as pessoas foram ficando sem os medicamentos que levaram consigo da Ucrânia. Esperam-se mais pedidos nas próximas semanas", afirmou Barton.
A ONUSIDA pediu ainda à comunidade internacional 2,42 milhões de dólares (2,29 milhões de euros) adicionais para reforçar os serviços relacionados com o VIH/Sida na Ucrânia e nos países que acolhem os refugiados.