Madeira

Volume de negócios das empresas não financeiras na Região caiu 14,6% em 2020

O impacto da pandemia no volume de negócios das empresas já tem um número.  Foto Arquivo/Rui Silva/Aspress
O impacto da pandemia no volume de negócios das empresas já tem um número. Foto Arquivo/Rui Silva/Aspress

Em 2020, ano de maior impacto da pandemia da covid-19, o número de estabelecimentos de empresas não financeiras na Região Autónoma da Madeira aumentou ligeiramente, mas ao mesmo tempo o número de pessoal ao serviço diminuía. Mas o maior impacto foi mesmo o volume de negócios que sofreu uma quebra de 14,6%. Isto representou um 'crash' de 922 milhões de euros face a 2019.

Nesse primeiro ano da pandemia "contabilizaram-se na RAM 30.659 estabelecimentos de empresas não financeiras, que empregavam cerca de 85.893 pessoas, gerando um volume de negócios de 5,4 mil milhões de euros", resume a Direcção Regional de Estatística da Madeira (DREM).

Em específico, "o número de estabelecimentos aumentou em 33 (+0,1%) comparativamente ao ano anterior, contribuindo em grande medida para esta evolução os setores das 'Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares' (+5,8%), 'Atividades de saúde humana e apoio social' e 'Transportes e armazenagem' (+5,6%, em ambas) e 'Indústrias extrativas' (+5,3%). Santana foi o município com o maior crescimento relativo em número de estabelecimentos face a 2019 (+2,5%), seguido de São Vicente (+1,8%), Ponta do Sol (+1,0%), Câmara de Lobos e Ribeira Brava (+0,7%)".

Sendo que quase metade (49,6%) dos estabelecimentos opera no Funchal, em termos de distribuição geográfica, a localização por municípios fica em grande parte a sul, com Santa Cruz (13,1%) e Câmara de Lobos (9,8%) no ranking. A mesma hierarquia é verificada também "ao nível do pessoal ao serviço, com aqueles municípios, pela mesma ordem, a concentrarem 59,5%, 11,5% e 7,1% do total de emprego", diz a DREM.

Pessoal do Alojamento e restauração foi o mais afectado

"Face a 2019, o pessoal ao serviço decresceu 0,7%, contribuindo para essa diminuição os municípios de Santa Cruz (-5,1%), Ribeira Brava (-3,8%), Porto Moniz e Machico (-0,8%, em ambos os municípios). Em sentido inverso, salienta-se o crescimento nos municípios do Porto Santo (+4,6%), Santana (+3,0%), Calheta e Ponta do Sol (+1,5%, em ambos os municípios), e São Vicente (+1,2%). No pessoal ao serviço, os setores de atividade com maior crescimento foram os 'Transportes e armazenagem' (+24,3%), as 'Atividades de saúde humana e apoio social' (+8,0%), 'Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição' (+7,1%) e as 'Indústrias extrativas' (+5,8%). Realce também para a redução de pessoal ao serviço no 'Alojamento, restauração e similares' (-9,1%)", resume.

Por fim, "o volume de negócios dos estabelecimentos de empresas não financeiras regionais registou um decréscimo face ao ano anterior (-14,6%), apresentando decréscimos mais expressivos o 'Alojamento, restauração e similares' (-53,8%), as 'Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas' (-41,7%), os 'Transportes e armazenagem' (-32,8%) e as 'Outras atividades de serviços' (-20,8%)", sendo estas as maiores responsáveis da passagem de um volume de negócios de mais de 6,3 mil milhões de euros para os já referidos 5,4 mil milhões.

"Por município, só a Ribeira Brava apresentou um crescimento no seu volume de negócios de 8,8% em relação a 2019, enquanto todos os outros apresentaram decréscimos, sendo que os mais expressivos se verificaram no Porto Moniz (-31,8%), Calheta (-29,3%), Santa Cruz (-23,0%), Porto Santo (-19,8%) e São Vicente (-16,8%)", refere. "De referir que os estabelecimentos das atividades do 'Comércio por grosso e a retalho; Reparação de veículos automóveis e motociclos' (45,6%), 'Construção' (11,2%), 'Indústrias transformadoras' (6,8%), 'Alojamento, restauração e similares' (6,7%) e 'Transportes e armazenagem' (5,9%) são os que têm maior preponderância no total do volume de negócios", conclui.