Vedar o Funchal aos residentes
No domingo passado houve mais uma festividade na baixa do Funchal, o que é de exaltar e bem acolher. Com a retoma da actividade económica - até ver porque a covid-19 não morreu e ainda vai criar dissabores inesperados - é de saudar o regresso dos cartazes turísticos à vida da nossa cidade. O que não deve acontecer, mas que acontece desde sempre, é vedar a baixa aos funchalenses. Aos que trabalham, que pagam IMI, imposto de circulação, passe mensal à Horários do Funchal e aquele monte de taxas e taxinhas que nem sonhamos. Com a avenida do Mar encerrada os autocarros partem de outros pontos da cidade, mas o cidadão trabalhador desconhece quais são. E ao dirigir-se para a paragem após uma jornada de trabalho extenuante, dá de caras com o vazio e com nenhuma informação sobre a alteração de percurso. Os autocarros que servem a zona leste, São Martinho e Santo António, nesses dias, saem da Avenida do Infante e do La Vie. Para quem trabalha na rua Bela Santiago veja-se o trajecto que tem de fazer para chegar ao autocarro. Porque motivo a empresa e a Câmara Municipal do Funchal não encontram uma alternativa que não penalize tanto os utilizadores? Nesses dias os autocarros poderiam muito bem utilizar as ruas que lhes são vedadas, no interior da cidade, para impedir que os passageiros tenham de fazer percursos a pé muito consideráveis para chegarem ao ponto de partida do autocarro. Já agora, porque não difundem nos canais de informação, televisão incluída, as perturbações de trânsito? Pensem nos turistas mas não desprezem quem cá vive e trabalha.
Maria José Sousa