Bruxelas quer fortalecer relações para aproximar Geórgia e Moldávia da União Europeia
A União Europeia (UE) pretende fortalecer as relações com a Geórgia e a Moldova, para aproximar do organismo europeu os dois países que formalizaram o pedido de adesão, realçou esta quarta-feira o chefe de diplomacia europeia, Josep Borrell.
O Alto Representante da UE para a Política Externa reuniu-se esta quarta-feira, em separado, com o primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Garibashvili, e com a Presidente da Moldova, Maia Sandu.
No início de março, na sequência do início da invasão russa da Ucrânia, os governos da Geórgia e Moldova, países da antiga república soviética, formalizaram o pedido de adesão à UE.
No encontro com a Geórgia, Josep Borrell transmitiu a vontade de Bruxelas em acompanhar o país nos esforços para ajudar a cooperação interpartidária e a unidade entre as forças políticas nacionais.
"[É a] chave para alcançar progressos concretos e rápidos nas prioridades cruciais de reforma para fortalecer a democracia", referiu o diplomata espanhol, citado num comunicado do Serviço Europeu de Ação Externa.
Em concreto, Borrell manifestou a vontade da UE em acompanhar a Geórgia na abordagem da polarização política interna, criando uma agenda de reforma judicial inclusiva e credível e aplicando as reformas constitucionais acordadas.
Para o diplomata, estes pontos são "ainda mais importante tendo em vista o pedido de adesão da Geórgia à UE"
Borrell e Garibashvili também abordaram a situação criada pela invasão russa da Ucrânia, com o responsável europeu a realçar o compromisso dos 27 com a integridade territorial e a soberania da Geórgia nas suas fronteiras internacionalmente reconhecidas.
Já no encontro com a Presidente da Moldova, o chefe de diplomacia europeia sublinhou o empenho do organismo europeu em continuar a aprofundar as relações com aquele país, reconhecendo as suas aspirações europeias.
Josep Borrell reafirmou também o apoio europeu à soberania e integridade territorial da Moldova com um estatuto especial para a região separatista pró-russa da Transnístria.
O responsável europeu manifestou "preocupação" com os recentes incidentes na Transnístria, embora tenha elogiado a reação por parte das autoridades da Moldova.
A UE agradeceu também à Presidente da Moldova a solidariedade demonstrada pelo seu povo no acolhimento de centenas de milhares de refugiados que fugiram da Ucrânia.
O Alto Representante da UE para a Política Externa reconheceu também esta quarta-feira que as relações bilaterais entre o organismo europeu e a Arménia "são muito boas" embora aponte que ainda "há reformas a fazer".
A quarta reunião do Conselho de Associação UE-Arménia decorreu esta quarta-feira e, segundo o comunicado do Serviço Europeu de Ação Externa, o diplomata espanhol reconheceu também que a guerra na Ucrânia está a afetar toda a região.
"Este Conselho [de Associação] também é uma boa ocasião para o lado arménio aprender connosco como percebemos a guerra na Ucrânia, como percebemos as consequências dessa guerra e como e porque é que continuaremos a apoiar os ucranianos na sua luta para preservar a sua independência e soberania diante a agressão russa", sublinhou.
As relações da UE com a Arménia baseiam-se no Acordo de Parceria e Cooperação UE/Arménia (1999), que prevê uma ampla cooperação nos domínios do diálogo político, comércio, investimento, economia, direito e cultura.
A UE é o principal doador internacional para a Arménia e trabalha em conjunto com as autoridades arménias para construir a estabilidade e a democracia, aumentar as oportunidades comerciais e económicas e apoiar a mobilidade. Desde 1992, a UE investiu mais de 500 milhões de euros na Arménia.