Madeira

Palácio de São Lourenço mostrou obra do artista Manuel Cunha

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O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, José Manuel Rodrigues, assistiu, hoje, Palácio de São Lourenço à palestra de Edward kassab “Marfim & Scrimshaw – A Obra de Manuel Cunha”, que destacou um dos maiores artistas na arte da miniatura e de esculpir o marfim.

Os primeiros trabalhos de Manuel Cunha surgiram a partir de 1940, tendo nos primeiros 20 anos de actividade se dedicado às miniaturas e às peças religiosas, e nos últimos 20 anos abraçado o ‘scrimshaw', a arte de embutir, gravar e pintar em marfim.

A primeira obra produzida foi um tabuleiro de xadrez com peças com cerca de 3 milímetros.

O legado de Manual Cunha compreende miniaturas de madeira, objectos de vitrine, embutidos de marfim, crucifixos, rosários e lampadários, estes últimos mais ligados à actividade religiosa, alguns presentes na exposição temporária com que o Representante da República brindou os visitantes neste Dia Internacional dos Museus.

No início, o trabalho de Manuel Cunha conjugou a arte com a sátira.

Em 1952 uma exposição em Lisboa abriu portas aos pedidos de empresários dos Estados Unidos da América que, encantados com o artesão, decidiram fazer encomendas de 'scrimshaw'. A partir desta arte iniciada pelos baleiros, estima-se que Manuel Cunha tenha produzido mais de 2 mil peças para o mercado mundial.

Irineu Barreto pede que se perpetue trabalho deste artista

“Manuel da Cunha, verdadeiro ourives do marfim e do dente de cachalote, será porventura, ainda hoje, um ilustre desconhecido de muitos madeirenses e, como tantas vezes acontece, mais admirado, apreciado e celebrado em terras distantes do que entre nós”, começou por enquadrar o Juiz Conselheiro Ireneu Barreto.

“A obra que se conseguiu juntar - desde a arte religiosa aos motivos paisagísticos, das cenas da caça da baleia à suprema ironia das suas miniaturas humorísticas - tornará evidente a dimensão nacional e internacional do trabalho de Manuel Cunha.

O Representante da República pediu à “Câmara Municipal do Funchal para perpetuar a memória de Manuel Cunha, do modo que lhe parecer mais adequado, para que não mais o sentimento de abandono pela terra madrasta permaneça. E recordou que “a arte de esculpir marfim e dente de cachalote terá tendência a desaparecer pela rarefação da matéria prima; por isso, mais importante se torna encontrar um espaço onde seja possível mostrar aos madeirenses e àqueles que nos visitam a beleza do legado artístico de Manuel Cunha”, concluiu.